Florence and The Machine
Indie Pop/Alternative/British
http://florenceandthemachine.net/
As guitarras “falam” mais alto em How Big, How Blue, How Beautiful (2015, Island). Terceiro registro de inéditas do Florence and The Machine, o novo álbum pode até seguir a trilha dos antecessores Lungs (2009) e Cerimonials (2011), entretanto, indica uma direção totalmente nova dentro da curta obra da artista britânica. Em um diálogo preciso com a música pop e o rock dos anos 1980, Florence Welch se despe de possíveis conceitos e temas complexos de forma a revelar um trabalho marcado pela coerência, rico acervo de composições melódicas e sentimentos nunca antes tão detalhadamente expostos.
Fuga dos atos cênicos e extensa duração do operístico álbum de 2011, com o novo disco, Welch e os parceiros de produção, Markus Dravs e Paul Epworth, trazem de volta o mesmo ritmo “acelerado” do inaugural Lungs. Enquanto Dravs – produtor responsável pelos últimos discos do Arcade Fire -, garante dinamismo ao trabalho, é responsabilidade de Epworth – com quem Florence vem colaborando desde o primeiro registro -, além de nomes como James Ford (Simian Mobile Disco), garantir maior polimento e delicada reprodução ao acervo de músicas comerciais que preenchem toda a obra.
Logo de cara, uma sequência de tirar o fôlego do ouvinte. Dosando entre a sonoridade grandiosa de Shake It Out e a urgência de Kiss With a Fist, a trinca composta por Ship To Wreck, What Kind Of Man e a própria faixa-título não apenas captura a atenção do ouvinte, como ainda serve de estímulo para a série de músicas que sustentam o eixo final do trabalho. Difícil não perceber a interferência de Dravs, aproximando o trabalho de Welch do mesmo universo de referências (nostálgicas) exaltadas pelo Arcade Fire desde o álbum The Suburbs, de 2010. A própria utilização de guitarras sombrias e arranjos orquestrais parece extraída da obra do coletivo canadense, referência presente em cada movimento de How Big, How Blue, How Beautiful.
Ao mesmo tempo em que abraça um catálogo de novas tendências musicais, curioso perceber como elementos reforçados desde o primeiro trabalho da cantora são enquadrados em uma estrutura jovial. Dos experimentos e conceitos “florestais” de Kate Bush, pouco parece ter sobrevivido; mesmo Siouxsie Sioux, confessa influência de Welch parece explorada de forma distinta, longe do som empoeirado que ecoa de forma explícita no disco anterior. PJ Harvey, Patti Smith e até mesmo Régine Chassagne (Arcade Fire) ecoam com naturalidade com o passar do álbum. Nada que interfira de fato na essência e, cada vez mais presente, sonoridade autoral da britânica.
Outro elemento essencial para o crescimento do disco são as bases e estruturas musicais ancoradas em conceitos da música negra. Basta perceber como os coros de vozes em Caught ou mesmo as melodias de Mother e Hiding buscam apoio na Soul Music dos anos 1960 e 1970, como se Welch resgatasse elementos típicos dos veteranos da Motown.
De fato, são poucos os momentos do disco – como em Various Storms & Saints – em que a mesma tapeçaria vocal (e sonora) do disco anterior parece replicada, transportando o ouvinte para um cenário que se mostra atrativo e raro a cada nova curva. Em How Big, How Blue, How Beautiful, cada fragmento do trabalho se transforma em um hit imediato, pegajoso, garantindo uma obra consistente em essência, ampla e esquiva de duas ou mais faixas de maior apelo comercial – um dos principais “problemas” dos dois últimos discos da cantora.
How Big, How Blue, How Beautiful (2015, Island)
Nota: 8.0
Para quem gosta de: Marina and The Diamonds, Arcade Fire e Adele
Ouça: Ship To Wreck, What Kind Of Man e Caught
É um disco bonzinho, não merecia a tag melhores discos. A graça do Florence + The Machine é exatamente os conceitos mágicos e florestais, o choque de realidade bruto que o disco traz não me agradou.
Definitivamente não é o melhor dela, no entanto, há sons realmente interessantes criados no álbum.
SHAKE IT OFF? Kkkkk Não seria SHAKE IT OUT? Ta ouvindo muito Taylor Swift em? Ta faltando reviews do FROOT e do The Desired Effect em?
Eu esperava muito mais desse cd. Eu salvo Caught, Hiding e Delilah, o resto da pra ouvir, What Kind of Man me lembra bastante Lover to Lover do Ceremonials. Sei lá parece que estou ouvindo um álbum cheio de músicas não finalizadas e tipo, ela disse que HBHBHB seria “pop” mas na prática ficou bem entediante. Enfim, eu daria 7.0
Adorei o CD, até as músicas extras da Deluxe e Target Edition são ótimas(a única que não salvo é Mother). É diferente dos trabalhos anteriores? sim, e isso é o mais legal, a experiencia de trabalhar com novos conceitos e não ficar na mesmice.
HBHBHB conseguiu me agradar de uma forma única que nenhum outro CD lançado, até então, não conseguiu.
Ótima resenha, parabéns.
Concordo com Thiago P. o fato de ser diferente dos outros trabalhos e explorar novos conceitos é o melhor desse álbum, HBHBHB foi meu álbum favorito de 2015, escutei ele sem parar, gosto de cada música de um jeito. Minhas favoritas são Hiding que tem uma letra sem igual, Delilah e Queen of Peace que tem um instrumental incrível. Amei tanto o álbum, que comprei o ingresso para o Lollapalooza só para escutar a voz da Welch ao vivo.
Do fundo do meu coração, eu não entendo por que os fãs não gostaram do álbum (pelo menos não em comparação com os outros dois), já que o álbum é uma obra de arte tão pura que dá até gosto de ouvir todas as músicas. Eu, na minha opinião como pessoa que já ouviu todos os discos e possui dois cds da banda, amei o cd e é o meu favorito da banda até agora e espero que ela siga com esse estilo meio indie rock, meio (insira aqui) que eles tem.