Disco: “(I Can’t Get No) Stevie Jackson”, Stevie Jackson

/ Por: Cleber Facchi 26/11/2011

Stevie Jackson
Scottish/Indie Pop/Singer-Songwriter
http://www.steviejackson.net/

 

Por: Juliana Pinto

 

Glasgow é uma cidade que presenteia a gente com músicos incríveis desde sempre. Não dá pra negar que nossos amigos escoceses têm um talento especial para envolver a gente com seus riffs de guitarra e suas batidas contagiantes, especialmente na cena independente. E assim foi com o Belle And Sebastian, a super banda formada em 1996 que mudou o destino do indie pop com verdadeiros clássicos modernos que produziu, como o Dear Catastrophe Waitress (2003) e o The Life Pursuit (2006).

Guitarrista, backing vocal e compositor do Belle And Sebastian, Stevie Jackson é um dos caras que tornou tudo isso possível. Melódico sem soar dramático, Jackson é talvez o responsável por alguns hits mais divertidos e despretensiosos da banda, com uma carga emocional não tão pesada.

Esse é o carro chefe de (I Can’t Get No) Stevie Jackson – uma pausa para comentar a genialidade do trocadilho que dá nome ao debut, por favor – um disco com aura solar e descontração estampada em cada uma das suas faixas, até mesmo nas baladinhas.  Claro que dá para sentir muito Belle And Sebastian no trabalho solo de Jackson, afinal de contas, seus amigos de banda colaboraram e muito com o projeto. Outras participações incluem o pessoal do The New Pornographers e a galera do Pastels (banda de, adivinhem só, Glasgow!).

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=Xry7u4NpKfk&w=640&h=360]

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=QBvHy_tbqXE&w=640&h=360]

Por isso mesmo I Can’t Get No é um disco amigável, suave, irônico em muitos momentos e acima de tudo, muito inteligente. Influências folk em seus riffs melódicos, e clara apreciação pelo British pop do fim da década de 60/início da de 70 constroem a atmosfera leve do disco. Talvez a maior indicação de que esse é um álbum de 2011 e que foge um pouco da vibe do Belle And Sebastian é o uso tímido de sintetizadores, como na descontraída Just Just So To The Point, a segunda faixa do registro.

Por causa isso, dá pra imaginar que o I Can’t Get No é um disco bem confortável de se escutar. Existem as faixas dançantes (a divertida Where Do All The Good Girls Go) e as baladas dramáticas (a poderosa Telephone Song), tudo bem equilibrado. Esse é um trabalho sem exageros, que tem um charme discreto, mas que se faz presente quando ouvimos o álbum por inteiro. Suas melodias podem parecer repetitivas durante os 40 minutos de duração do disco? Sim, mas individualmente cada faixa tem sua particularidade, aquela “coisinha” que a faz ser interessante.

Muita gente acha que a alma do Belle And Sebastian é o Stuart Murdoch, mas Stevie Jackson prova com o seu trabalho solo que teve muita participação na sonoridade da banda ao longo dos anos. Ele é peça fundamental na formação da identidade musical do B&S, e certamente uma das razões que colaboraram para o boom deles durante os anos 90. Sem sair muito da sua zona de conforto, Jackson resolveu continuar no que faz muito bem, e nos trouxe um primeiro disco adorável. I Can’t Get No nos mostra o grande músico que ele é, e a razão dele fazer parte de uma das maiores bandas do indie pop atual.

(I Can’t Get No) Stevie Jackson (2011, Independente)

Nota: 6.5
Para quem gosta de: Belle and Sebastian
Faixas Favoritas: Telephone Song, Try Me, Where Do All The Good Girls Go?

[soundcloud url=”http://api.soundcloud.com/playlists/1134643″ height=”200″]

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.