Disco: “I Said”, Nana Rizinni

/ Por: Cleber Facchi 09/11/2011

Nana Rizinni
Brazilian/Pop/Electronic
http://www.nanarizinni.com.br/

 

Por: Fernanda Blammer

 

Quando Bacon Eggs, primeiro EP de Nana Rizinni foi apresentado em meados de 2009 todas as possíveis estratégias musicais da cantora, compositora e baterista paulistana pareciam bem delimitadas e impossíveis de serem modificadas, certo? Errado. Bastam apenas os primeiros minutos de seu primeiro grande registro oficial para perceber que muito ainda foi desenvolvido através do trabalho da musicista. Sob o nome de I Said (2011, Independente) a estreia definitiva de Rizzini percorre um mundo de diferentes fontes musicais, mantendo a busca por uma sonoridade pop como seu único e inalterável referencial.

Figura conhecida de diversos projetos paulistanos, a (hoje) cantora transforma seu debut em uma pequena coleção de 10 faixas pegajosas, composições que mantém uma linearidade instrumental e lírica acessível, mas que se adornam de diferentes tonalidades musicais. Do pop eletrônico de I Don’t Care ao rock fácil de Vertigem, da eletrônica melódica de Better Than Nothing ao experimento esquizofrênico de Ciranda do Incentivo (original na voz de Karina Buhr), tudo no registro se movimenta de forma peculiar, embora mantenha constante a proposta de uma música pegajosa e puramente radiofônica.

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Embora versátil e agradável em diversos momentos, os excessos que vão esculpindo o trabalho acabam pro convertê-lo em um disco demasiado esparso e inconsistente. Não há qualquer tipo de sustentação no decorrer do álbum, que mesmo apoiado em uma estrutura marcada pela música pop acaba se perdendo em alguns momentos por se voltar para um tipo de som excessivamente variado. A sensação que se estabelece é a de que Rizinni quis explorar o máximo possível todos os instrumentos e possíveis tendências musicais, transformando sua obra em um produto cultural vago e infelizmente falho.

Além da excessiva variedade de ritmos e experiências musicais que compreendem o disco é perceptível uma fluidez aleatória das faixas, como se a posição das canções fosse escolhida ao acaso, deixando que algumas boas músicas fossem posicionadas em um lugar de pouco destaque dentro do trabalho. Falta ao registro a mão firme de algum produtor ou alguém que dê norte ao álbum, delimitando melhor o trabalho da paulistana que já demonstrou ter potencial, basta apenas saber como administrar isso.

 

I Said (2011, Independente)

 

Nota: 5.5
Para quem gosta de: Stop Play Moon, Cansei de Ser Sexy e Karina Buhr
Ouça: I Don’t Care

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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.