Ano: 2010
Selo: YB
Gênero: Indie Pop, Alternativa
Para quem gosta de: Mallu Magalhães e Tulipa Ruiz
Ouça: Desde Que Cheguei
Ano: 2010
Selo: YB
Gênero: Indie Pop, Alternativa
Para quem gosta de: Mallu Magalhães e Tulipa Ruiz
Ouça: Desde Que Cheguei
Apesar do esforço, muita coisa acabou passando batida ou não contou com tempo para ser ouvida em 2010. Dentre os inúmeros artistas que acabaram “excluídos” durante o ano, a sorocabana erradicada em São Paulo Juliana R. é uma das que merece sem dúvida ser apreciada.
Resumi-la como mais uma integrante da cena folk brasileira, da qual estão inseridos Vanguart, Mallu Magalhães, Stephanie Toth, Giancarlo Rufatto e outros, seria injusto. A sonoridade proposta pela musicista vai para muito além dos suaves acordes de um violão transitando em um universo de experimentações e inovações sonoras.
Lançado através do projeto SPsonica e precedido de um EP com quatro faixas apresentado em 2009, o homônimo disco de Juliana R. transita em um mar de referências que passeia por diferentes períodos musicais. Da década de 1950 vem a sonoridade country. Dos anos 60 vem o seu visual, a Bossa Nova, os elementos tropicalistas e, claro, a música folk. O experimentalismo e um leve toque de música jamaicana vêm dos anos 70, enquanto a musicalidade lo-fi e a influência de Cat Power são frutos diretos da década de 1990.
Contudo, em meio a essas miscelâneas de influências a cantora consegue criar uma sonoridade própria, única. Cantando em inglês, espanhol e português a paulistana sabe explorar de maneira versátil suas inúmeras facetas. Entretanto, mesmo que transmita esse sentimento de pluralidade o que fica é a impressão de um disco contido. O álbum é excessivamente hermético, quase como se a musicista mantivesse contida sua real eficiência em produzir música. Como se a qualquer momento viesse aquela canção arrasadora, porém, tal canção nunca chega.
Independente de ser contido o disco tem seu charme. Fuga, El Hueco, Longe e Desde que Cheguei (faixa em que de fato solta seus vocais) agradam ao ouvinte com total eficiência. A instrumentação simplista funciona apenas de maneira a circundar os vocais de Juliana, sem fazer excessivos e elaborados arranjos. O que se percebe no álbum é a habilidade com que ele transita entre os diferentes estilos sem de fato se fixar a um. Como se sua interprete bebericasse pequenas doses das mais variadas vertentes sonoras e sintetizasse tudo em um elemento novo.
O disco de estreia de Juliana R. sabe como nos acertar em cheio com sua simplicidade e com a suavidade de seus elementos. Nada revolucionário, nada grandioso, apenas a delicadeza de sua compositora e a construção contida de sua instrumentação.
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.