Disco: “Kisses On The Botton”, Paul McCartney

/ Por: Cleber Facchi 14/01/2012

Paul McCartney
British/Jazz/Rock
http://www.paulmccartney.com/

Por: Juliana Pinto

Quando se toca no nome de Sir James Paul McCartney, estamos falando de uma das maiores figuras da história da música. Compositor de hits que embalaram gerações, parte fundamental da banda que mudou a indústria da música para sempre e mais do que isso, falamos do músico mais bem sucedido das últimas décadas. Influência máxima de inúmeras bandas, dos mais diversos gêneros, nome que vendeu mais de 100 milhões de singles pelo mundo, Paul McCartney possui um legado que não se pode medir, e continua arrastando multidões para apresentações que todos os fãs classificam como inesquecíveis.

Kisses On The Bottom é o primeiro lançamento de McCartney desde o aclamadíssimo Memory Almost Full, de 2007, que inclusive ganhou o rótulo de “Beatles inspired project”. Mas o próprio Paul deu a nova direção do seu décimo quinto álbum na carreira solo, antes mesmo do projeto ter data de lançamento marcada. Em entrevista, ele disse que trabalhou com grandes músicos de jazz, incluindo Diana Krall e banda, e que por isso Kisses On The Bottom soaria bem mais íntimo e suave do que qualquer outro disco seu.

A produção do trabalho ficou por conta do lendário Tim LiPuma, que já trabalhou com Miles Davis em alguns de seus discos. O primeiro single do projeto, e uma das duas músicas compostas pelo músico no álbum, My Valentine, traz ainda guitarra de Eric Clapton. Outra participação de peso é Stevie Wonder, na segunda faixa composta por Paul e que fecha o registro, Only Our Hearts, fazendo do presente álbum de McCartney um registro de parcas, porém relevantes colaborações.

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O disco é mais uma prova de que Paul McCartney ainda tem impressionantes surtos criativos, tanto intimistas e reservados, quanto verdadeiros hit-makers. Com promessa de seguir o lado mais reflexivo, Kisses On The Bottom tem isso em comum com Chaos And Creation In The Backyard, álbum de McCartney lançado em 2005 que também é considerado um trabalho mais profundo e complexo na carreira do músico, mas de modo diferente. E foi com maturidade e precisão que McCartey gravou o seu tão desejado novo disco, cumprindo a promessa de que o mesmo não seria como nenhum outro trabalho prévio seu.

É preciso calma para apreciar os quase 50 minutos do jazz clássico carregado de familiaridades, resultado do desejo de McCartney em se associar às grandes composições que de alguma forma o inspiraram. Esse é um álbum onde quem sempre é citado como influência mostra as suas próprias, dando voz a clássicos e fazendo-os soar autênticos e pessoais. O músico não comandou nenhum instrumento durante as gravações, dedicando-se apenas à performance vocal, o que também acaba marcando o disco como o projeto que mais difere na sua carreira.

Sendo uma coleção de canções que Paul ouviu durante a sua infância, o toque intimista do álbum vai além do registro sonoro e se dá também por causa de todas as histórias por trás das escolhas de cada canção, e o que cada uma representa para o músico. Essa aversão à impessoalidade é o grande destaque do álbum, e essa profundidade é passada para o ouvinte com perfeição. Kisses On The Bottom é cativante.

Como o próprio Sir McCartney disse, esse “é um álbum para ouvir em casa depois do trabalho, com uma taça de vinho ou uma xícara de chá”, e eu não poderia concordar mais.

Kisses On The Botton (2012, Hear Music/MPL)

Nota 6.0
Para quem gosta de: Stevie Wonder e Diana Krall
Ouça: My Valentine

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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.