MGMT
Psychedelic/Alternative/Indie
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Por: Cleber Facchi
Andrew VanWyngarden e Ben Goldwasser parecem ter sido bem educados no que se relaciona com a base musical do MGMT. Basta passear pela curta obra dos norte-americanos para perceber o quanto a essência de veteranos do rock psicodélico (e demais vertentes) se esparrama confortavelmente em cada faixa do projeto. Um misto confesso de Pink Floyd (do álbum The Piper at the Gates of Dawn, 1967) com The Flaming Lips (pré-The Soft Bulletin), que também não se distancia da proposta de artistas alheios ao estilo – caso de Suicide, Brian Eno e todo um cardápio selecionado de bandas anunciadas nas décadas de 1960/1970.
Ao alcançar o autointitulado terceiro álbum de estúdio, todas as velhas marcas e “referências” iniciais assumem um efeito ainda mais nítido na proposta da banda, quase escancarado. São canções como Your Life Is A Lie, Alien Days e Astro-Mancy, faixas que podem até passar disfarçadas como composições autorais, fruto da inventividade do duo, mas que são na verdade reflexo de horas de clássicos apreciados exaustivamente sem qualquer acréscimo aparente. Apenas mais uma tentativa de VanWyngarden e Goldwasser em copiar uma série de obras de arte com papel carbono.
Se você (ainda) espera por um novo Kids ou possível Time To Pretend, vai ter de se conformar: isso não vai mais acontecer. Esqueça. Todas as canções instaladas ao longo da obra rompem de forma definitiva com qualquer apelo melódico ou possível articulação pop do debut. Assim como em Congratulations, o exagero lisérgico puxado pela base de sintetizadores alicerça uma sequência de faixas ambientais, sujas e nada atraentes. Vale lembrar que o MGMT nunca foi uma banda de “Hits”. Mesmo Oracular Spetacular contabiliza um número muito maior de faixas “experimentais” do que acessíveis. O problema é que agora a banda parece simplesmente desmotivada, esculpindo uma obra de formatação “adulta”, mas que nada mais é do que a experiência de duas crianças brincando com barulhinhos em estúdio. A velha (e errada) concepção de que para amadurecer é preciso soar difícil.
Talvez aos novos ouvintes, a “geração Is This It“, caminhar pelo universo flutuante do novo disco do MGMT é como ser abordado por uma sequência de experiência musicais raras, todas inéditas. Sinto lhes dizer, mas cada faixa do trabalho não passa de uma tentativa da dupla em replicar o trabalho de outras obras prévias, todas clássicas. Enquanto Cool Song Nº 2 vem como um quase plágio da obra do Suicide (no homônimo álbum de 1977), An Orphan Fortune mais parece uma canção desprezada por Wayne Coyne, algo que o próprio líder do The Flaming Lips consideraria “chapada demais” para os padrões da banda de Oklahoma. Sobram dejetos do Animal Collective (A Good Sadness), doses de Captain Beefheart (Your Life is a Lie) e até uma inveja não declarada do Tame Impala (Mystery Disease).
Por falar no Tame Impala, é preciso lembrar que as regras para quem pretende brincar com o rock psicodélico mudaram desde a chegada Lonerism (2013). Enquanto a banda australiana parece focada em produzir um trabalho que rivaliza em grandeza contra clássicos do Led Zeppelin, King Crimson e The Beatles, o MGMT quer apenas ser todas essas bandas juntas, sem acrescentar ou mudar qualquer aspecto do trabalho. Dessa forma, prevalece a pergunta: qual a necessidade em ouvir a cópia, quando se tem os clássicos ao alcance? Mesmo que algumas melodias tratadas ao longo da obra chamem a atenção, caso de Alien Days, o erro em copiar e a mesmice continua sobrepõem o acerto, denunciando um disco que tenta, mas não consegue surpreender.
Se você observar atentamente, MGMT (o disco), não é um registro projetado nem aos velhos ou novos seguidores da banda. Uma obra que não é nem pop, nem experimental. Apenas “mais ou menos”. Nada além de mais um compilado inexato dos abusos (cada vez mais frequentes) da dupla com as substâncias lisérgicas. Fica a dúvida se Dave Fridmann, produtor que também já trabalhou com The Flaming Lips, Mogwai e Sparklehorse, realmente exerce alguma função ao longo do álbum, ou está ali apenas como fornecedor, picotando com a tesoura a cartelinha de ácido enquanto enquanto a dupla viaja esquizofrênica em estúdio. A julgar pelo resultado do disco, a resposta parece bastante óbvia.
MGMT (2013, Columbia)
Nota: 4.5
Para quem gosta de: Pond, Klaxons e Empire of the Sun
Ouça: Alien Days e I Love You Too, Death
Eu gostei muito do álbum, inclusive, muito mais do que o Congratulations… Kids e Electric Feel foram casos isolados, MGMT é isso aí.
Eu também gostei muito desse album. Apesar de tudo, acho que algumas faixas mereciam mais respeito.
O disco está ótimo galera, essa questão de nota é muito pessoal, achei o disco lindo.
Eu venho ouvindo MGMT desdo Oracular Spetacular, ainda não ouvi o novo disco estava justamente procurando noticias quando achei esse post nesse site, uma coisa meio pessoal, parece que o autor tem algo contra a banda e tenho certeza que o MGMT merece mais que essa nota.
Por favor, não façam resenhas. Vocês são péssimos. Não insistam. Tá feio já. Dá pena.E sobre o MGMT, se você não entende, não fale.
O MGMT bebe dos classicos psicodelicos, isso não é novidade.
Não achei o álbum ruim, mas a partir da quinta faixa ele fica intragável até mesmo para min que sou chato com música.
Achei que o autor da resenha ficou batendo muito na tecla de cópia, poderia ter feito uma analise mais profunda do álbum, que é sim muito original.
Para min falta um pouco de consistência na obra, as musicas muito diferentes uma das outras parecem não se comunicar.
Interessante você citar Tame Impala como exemplo de ”rivalizar” com os clássicos sem copia-los, quando na verdade não tem nada de original e tenta copiar claramente os próprios Beatles ou Led Zeppelin.
sério isso? mgmt merece com certeza mais do que 4.5, se n entende nem escreve. resenha tendenciosa demais