Disco: “Newermind”, Vários Artistas

/ Por: Cleber Facchi 23/07/2011

Varios
Rock/Alternative Rock/Tribute
http://www.spin.com/

 

Por: Fernanda Blammer

E lá se vão 20 anos desde que Nevermind, segundo álbum de estúdio do Nirvana e obra-prima da banda foi lançada ao público, mudando de vez a história do rock e se firmando como um dos maiores álbuns da história da música. Em quase duas décadas de seu lançamento – o disco estreou exatamente no dia 24 de setembro de 1991 -, o célebre registro já fez parte da vida de milhões de indivíduos ao redor do globo, gostem eles ou não da sonoridade suja ou das poesias densas apresentadas através do álbum.

Com o suicídio de Kurt Cobain em 1994, todas as possibilidades de uma vasta discografia da banda acabaram extintas, deixando ao público apenas algumas parcas gravações em estúdio e alguns registros ao vivo, muitos deles captados por fãs e que lentamente foram lançados ao grande público, sempre sedento por qualquer tipo de novidade. Foi pensando em homenagear o saudoso disco – e amenizar as necessidades do público – que a revista norte-americana Spin preparou um belo tributo ao clássico álbum.

Denominado Newermind (o título é excelente), o disco traz as mesmas 13 composições presentes na obra original da banda de Seattle, porém trabalhadas nas vozes e na instrumentação de uma série de outros artistas, grupos que fazem parte do atual cenário musical alternativo, ou mesmo indivíduos que estão na ativa desde muito antes do próprio Nirvana ser montado. Brincando com os gêneros musicais, o tributo escapa dos limites do grunge ou de um resultado que siga rigorosamente aquilo que Cobain, Krist Novoselic e Dave Grohl construíram, o que obviamente garante certa dose de ineditismo ao trabalho.

Logo de cara, o clássico Smells Like Teen Spirit surge através de uma versão do Meat Puppets em meio a moldes quase acústicos e completamente distante das saraivadas de guitarras encontradas em sua versão original, o que proporciona certa dose de estranheza ao ouvinte, mas que também deixa mais do que claro quais são os objetivos do álbum a partir daquele momento. À medida que o registro vai passando o estranhamento vai ficando para trás, construindo um trabalho divertido, que escapa da lógica da versão original, mas que não deixa de soar agradável.

Mesmo que algumas versões – como a feita de maneira vergonhosa por Jessica Lea Mayfield para Lounge Act – soem de forma completamente inadequada e desagradável, no registro predominam boas versões. In Bloom vira uma faixa quase festiva nas mãos do músico Butch Walker, enquanto Polly chega calminha nos vocais de Amanda Palmer. Alguns como o Titus Andronicus honram o peso original do disco e se mantém dentro do mesmo acesso de fúria instrumental e vocais raivosos ecoados por Cobain há duas décadas.

O grande destaque do disco fica por conta das duas últimas faixas to trabalho, Something In The Way feita pela banda Jeff The Brotherhood e Endless Nameless da californiana EMA. Em ambas as versões, os dois artistas não poupam suas guitarras, proporcionando duas composições de puro caos instrumental, gritarias e uma bateria espancada até o último segundo, algo que deve ter botado um sorriso escancarado em Kurt Cobain onde quer que ele esteja.

 

Newermind (2011, Spin)

 

Nota: 7.5
Para quem gosta de: Nirvana, Foo Fighters e Pearl Jam
Ouça: Breed e Endless Nameless

[soundcloud width=”100%” height=”81″ params=”” url=”http://api.soundcloud.com/tracks/19411854″]

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.