Disco: “Not Yet”, Monotonix

/ Por: Cleber Facchi 21/01/2011

Monotonix
Alternative/Garage Rock/Noise
http://www.myspace.com/monotonix

Vindos diretamente do solo sagrado de Israel o trio Ami Shalev, Yonatan Gat e Haggai Fershtman parecem muito mais com três demônios que escaparam do inferno e vieram para corromper a Terra, do que como músicos em si. Se apresentando desde 2005 nos subúrbios de Tel Aviv, a segunda mais importante cidade do estado judaico, o Monotonix lentamente amplia seu território de ação que, com certeza vai culminar na dominação global.

Logo de cara o grupo chama atenção por seu vocalista, mais bizarro impossível, Ami Shalev. O resultado da união entre Gogol Bordello e Lemmy Kilmister do Motörhead com o brasileiro Tonny Da Gatorra. Um maluco barbudo que se joga no público, enfia o microfone no rabo, grita, cospe e ainda… Canta. Basta fazer uma busca pelo Youtube para ver as apresentações caóticas do grupo e a cara de “não acredito que ele está fazendo isso” das pessoas que assistem ao show e à “performance” de Shalev.

Depois de lançar o disco Where Were You When It Happened? Em 2009, o grupo conseguiu uma série de apresentações pela Europa e pela América do Norte, por onde excursionou ao lado dos veteranos do Dinosaur Jr além de se apresentar em diversos festivais independentes, entre eles o SXSW. A sonoridade do grupo se vale principalmente de referências da década de 1970, como o garage rock, o punk, além de alguns toques de Hard Rock, mas sem soar galhofa. Com Not Yet (2011) o novo lançamento do trio israelense, a banda se vale das mesmas referências, porém adorna ainda mais suas composições com boas doses de sujeira distorcida.

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O álbum é simplesmente pancadaria da primeira à última faixa. Os versos escarrados de Shalev, as guitarras pesadas de Gat e a bateria destruidora de Fershtman tomam conta dos 30 minutos de duração do disco, tempo mais do que suficiente para o grupo te arrastar para dentro o inferno sonoro que são suas gravações. As faixas vêm repletas de uma composição suja, sempre guiada pelos vocais de Ami Shalev, em uma entoação clichê totalmente forçada e típica dos anos 70.

Não venha esperando nada brilhante ou algum tipo de arranjo elaborado no álbum, o Monotonix é completamente o oposto disso. Apenas rock, divertido, sujo e enérgico. O disco abre com a pesada Nasty Fancy, passa pela divertida Everything That I See com o vocalista tossindo e quebrando as coisas, mostra a boa guitarra de Gat em Fun Fun Fun (um ótimo exemplar do rock dos anos 90) e finaliza com a estranha Never Died Before.

Embora Not Yet seja um disco divertido e apresente uma banda enérgica, sem dúvida as canções devem funcionar muito melhor ao vivo. As faixas parecem limitadas ao tempo de execução, impedindo que a banda invista em solos de guitarra mais alongados ou que o vocalista desande em gritarias como nas apresentações do grupo. Um bom disco, mas que funciona melhor na prática.

Not Yet (2011)

Nota: 7.2
Para quem gosta de: Dinosaur Jr., Ty Segall e Jay Reatard
Ouça: Fun Fun Fun

Por: Fernanda Blammer

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.