Disco: “Oh Land”, Oh Land

/ Por: Cleber Facchi 16/03/2011

Oh Land
Electronic/Pop/Female Vocalists
http://www.myspace.com/ohlandmusic

Por: Fernanda Blammer

Uma delícia, assim pode ser definido o som da cantora dinamarquesa residente em Nova Iorque Nanna Fabricius. Com uma sonoridade pop eletrônica repleta de sutilezas, a jovem tem tudo para brilhar em 2011. Por meio de seus vocais doces e de uma instrumentação variada sempre circundando sua voz, a jovem proporciona um clima quase etéreo e afetuoso. Em Oh Land (além do nome do disco este é o nome artístico da musicista) a garota entrega todo seu potencial com canções de puro envolvimento e sensibilidade.

Perfection, faixa que abre o álbum já evidencia tudo em seu título, assim como apresenta ao público todo o leque de referências de Fabricius. A sonoridade divide-se entre uma Björk de álbuns como Vespertine (2001), além de toques visíveis de Goldfrapp, tanto do álbum de estreia Felt Mountain (2000), como de Seventh Tree (2008).  Harpas, violinos, sintetizadores caprichados e uma batida ponderada abrem o trabalho categoricamente.

Não vá, porém, esperando por um disco que aflore sentimentalismos e canções puramente emocionais. Em Sun Of A Gun (já bastante conhecida de seu público), o ritmo e a pulsação despontam o lado mais pop da dinamarquesa. A partir dessa linha é possível comparar o trabalho de Nanna com o da britânica Lily Allen, seja pelas letras engraçadinhas ou pela sonoridade bem similar, a comparação é inevitável. Voodoo é outra no mesmo ritmo, originando um som convidativo, dançante e pegajoso, que dificilmente tornarão o álbum cansativo.

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=lWRi7gDYjVY]

Também conhecida da cantora, White Nights faz uma mescla de elementos, sejam eles os que despontem a faceta sentimental da garota, como os que tornam o trabalho fácil e apreciativo. A faixa chega repleta de sons e formas diferenciados, mas que funcionam de maneira coerente e moderada. O fato de mesclar instrumentos acústicos com as batidas e toda a programação eletrônica do álbum apenas contribui para o bom funcionamento das canções.

Oh Land é um disco feito exclusivamente para os vocais de Fabricius brilharem. Seja de maneira angelical e esvoaçada em Lean, repleto de batidas cuidadosamente programadas e pianos reformulados, ou em Wolf & I, quando despeja sua voz de maneira mais limpa e menos sintética. Falando nessa faixa, eis uma canção que merece todos os olhares, embora ainda lembre a islandesa Björk, esta é uma das poucas faixas em que a cantora soa como ela mesma, de maneira mais solta e marcante.

Diferente de um bom número de discos de música pop encontrados por ai (como a desnecessária estreia de Jessie J, lançado recentemente), Nanna Fabricius não tem medo de arriscar. Os sons que poderiam se resumir a mais um trabalho repetitivo e descartável se engrandecem pela forma com que as diversas referências vão se cruzando ao longo do disco, passeando por elementos da música experimental, mas sem em nenhum momento soltar as mãos dos sons pop. Uma estreia e tanto, que apenas nos deixa ansiosos para ótimas continuações.

Oh Land (2011)

Nota: 7.5
Para quem gosta de: Lily Allen, Björk e Goldfrapp
Ouça: Perfection

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.