Disco: “Ornaments From The Silver Arcade”, Young Knives

/ Por: Cleber Facchi 06/04/2011

Young Knives
British/Indie Rock/Alternative
http://www.myspace.com/youngknives

 

Por: Fernanda Blammer

Se para um bom número de bandas a prática em geral leva à perfeição, o mesmo não pode ser dito ao trio britânico Young Knives. Enquanto grupos como Art Brut e The Futureheads que surgiram mais ou menos no mesmo período em que a banda de Leicestershire mantiveram uma sonoridade similar ou evoluíram, o grupo parece ter entrado em completa decadência. Desde que a banda estreou oficialmente em 2006 através de Voices of Animals and Men o que se vê é uma sequência de álbns decrescentes.

Quando observamos os antigos trabalhos de Henry Dartnall (vocais e guitarra), Thomas “House of Lords” Dartnall (vocais e baixo) e Oliver Askew (bateria), ou mais especificamente canções como The Decision e She’s Attracted To ficam dúvidas do tipo “como a banda pode proporcionar um álbum tão falho quanto o recente Ornaments From The Silver Arcade?”. Tudo bem que o trio nunca foi um dos mais espetaculares da última década, mas nunca foi um dos piores, sempre estiveram (é horrível dizer isso) na média.

A necessidade de simplificar seus sons, assim como as letras, resumindo tudo a alguns rifes e refrões fáceis tornam o novo disco da banda o trabalho inexpressivo, básico, quase como se fosse feito por fazer. As guitarras não são tocadas com o mesmo afinco que a banda expunha em seus discos anteriores e até os vocais parecem trabalhados de forma cansada, como se a banda não estivesse mais interessada em fazer música. Até mesmo Superabundance de 2008 (que é um disco ruim) não parece tão perdido quanto este álbum.

[youtube:http://www.youtube.com/watch?v=rbIpjlByKMM?rol=0]

Enquanto antes havia um direcionamento coerente dado ao trabalho (mesmo que as músicas não fossem lá tão atrativas) com o novo disco a banda parece completamente desnorteada. Em Woman o trio “brinca de anos 80”, se jogando de cabeça em uma sonoridade que remete à New Wave, mas que acaba soando mais como uma cópia de Friendly Fires. Já na faixa seguinte, Everything Falls Into Place, o foco é outro, como se a banda não conseguisse se ater a um seguimento, mudando a todo o momento, para o pior é claro.

Em determinados momentos do disco você até pensa que o grupo vai seguir por uma veia mais experimental, buscando novas texturas e sonoridades dentro do disco, como desponta de certa forma Vision In Rags, mas logo você percebe que não é nada disso, tudo não passa de uma sequência de sons incoerentes, com a banda disparando para todas as direções, raspando e várias e não acertando em nenhuma. O trio até consegue abrir boa parte das canções com algum bom rife, ou uma musicalidade funcional, porém, o miolo das músicas é o que decepciona, como se tudo fosse jogado fora, dando lugar a um som tedioso.

Se alguns trabalhos ficam muito no quase, Ornaments From The Silver Arcade é um disco que precisa se esforçar (e muito) para alcançar esse patamar. O Young Knives surpreende, mas pela forma enfadonha dada ao álbum. Quem é fã da banda vai ter de se contentar com os trabalhos anteriores do grupo – embora Glasshouse, faixa de encerramento seja de fato agradável – ou torcer para que em um futuro, mágico e onírico a banda consiga realmente lançar algo que preste.

 

Ornaments From The Silver Arcade (2011)

 

Nota: 5.5
Para quem gosta de: The Rakes, The Futureheads, Art Brut
Ouça: Glasshouse

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.