Disco: “Palace”, Chapel Club

/ Por: Cleber Facchi 26/01/2011

Chapel Club
Alternative Rock/Shoegaze/Indie Rock
http://www.myspace.com/chapelclub

Por: Fernanda Blammer

Algumas bandas britânicas vêm para durar apenas um disco e depois dizer adeus. Foi assim com o White Lies (ou vai dizer que o novo álbum deles é algo que mudou profundamente a sua vida?), The Fratellis, Kaiser Chiefs (que conseguiram se salvar no terceiro disco), Klaxons, Editors e mais uma porrada de grupos que você provavelmente deve ter ouvido, se emocionado, comprado camiseta, chamado de salvadores do rock e que estranhamente “sumiram”. O quinteto britânico do Chapel Club tem tudo para fazer sucesso nessa temporada e dessa vez nada de post-punk, afinal, a moda agora é outra.

A estreia do grupo formado por Lewis Bowman, Michael Hibbert, Liam Arklie, Alex Parry e Rich Mitchell vem por meio do álbum Palace (2011), que é lançado quatro anos após a estreia do grupo no circuito underground londrino. Ao que tudo indica, a nova safara de bandas britânicas vem dando muito mais vazão ao shoegaze do que ao post-punk que marcou a década passada. Sai Joy Division e The Cure e entram My Bloody Valentine, Slowdive, Ride e afins. Claro que a presença da temática post-punk ainda se faz presente, mas agora soa como se esses novos grupos só soubessem do estilo através da onda revival dos anos 2000. Isso explica a forma cada vez mais “filtrada” do som dessas bandas.

Palace é um trabalho que não se apega a detalhes para apresentar seu som. Distorções de guitarras ponderadas, texturizações sonoras simplistas, uma bateria seca e bem marcada pelo rock dos anos 80 além dos vocais graves do vocalista Lewis Bowman. A construção das faixas vem de maneira muito mais aberta e não conta com o mesmo hermetismo de grupos que se prendem ao post-punk.

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Ao contrário de bandas como White Lies e Editors, que vinham com uma linguagem sonora muito próxima, o som do Chapel Club é bem menos dançante e mais contemplativo. As guitarras de Michael Hibbert por focarem no shoegaze acabam por não dispor de acordes tão marcantes, transformando-se em uma composição mais homogenia através de suas camadas firmes de som distorcido.

Quem tentar se basear apenas pelas primeiras faixas do disco pode até acabar decepcionado. É só a partir de After The Flood que a banda consegue realmente destilar seu som de maneira eficiente. O grupo se permite viajar mais na sonoridade, explorando novas nuances e eliminando seus limites. A guitarra de Hibbert atinge um novo patamar que acaba se intensificando mais na canção White Knight Position, de cara a melhor do álbum. Dinâmica e repleta de pequenos acréscimos a faixa vai por um caminho não explorado pela banda nas composições iniciais e por isso consegue um melhor desempenho. The Shore, essa sim, uma típica composição do shoegaze dos anos 90 demonstra o lado mais maduro do grupo, que deixa suas composições se derreterem até resultar em uma massa do som condensada.

Apesar da demora em engrenar, até o encerramento com Paper Thin o quinteto consegue manter o ritmo e finalizar um bom álbum. A estreia do Chapel Club mesmo satisfatória deixa a seguinte dúvida: Teriam eles condições de repetir a fórmula em um segundo disco ou seriam mais uma dessas bandas que morrem após debutarem?

Palace (2011)

Nota: 7.5
Para quem gosta de: The Vaccines, White Lies e Egyptian Hip Hop
Ouça: After The Flood

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.