Disco: “Personal Life”, The Thermals

/ Por: Cleber Facchi 24/11/2010

The Thermals
Indie Rock/Punk/Alternative
http://www.myspace.com/thethermals
http://www.thethermals.com/home.html

Cada vez mais as bandas do cenário Indie Rock buscam pelo acréscimo dos mais variados instrumentos musicais ou sonoridades que se aproximem de um estilo mais orquestrado ou etéreo. Sinos, pianos clássicos, violinos, órgãos, harpas entre outros que trazem como resultado excelentes obras de arte como Funeral (Arcade Fire, 2004), Takk (Sigur Rós, 2005) ou o disco de estreia do Fleet Foxes (2008).

A sonoridade “Rock” por sua vez acaba escondida em meio a grandiosidade de tais discos, fazendo com que a característica básica do rock’n’roll, que era a de pregar a diversão, acabe ficando de lado ou mesmo sendo abandonada. Como resultado o que temos é um som sério, sombrio e que impossibilita o ouvinte daquele sentimento de diversão. Não que discos assim não sejam bons, o problema é que muitas vezes “música cabeça” demais acaba enjoando.

Com a proposta de produzir um som direto, pegajoso, dançante e acessível surge o The Thermals calcado no Punk genuíno dos anos 70 somado ao indie rock lo-fi da década de 90. Lançando seu quinto disco “Personal Life” a banda prova que é possível fazer um disco agradável sem grandes intervenções sonoras.

Munidos apenas da tríade de instrumentos que movem o punk rock (guitarra, baixo e bateria) o Thermals vem desde 2002 produzindo uma sequência de excelentes discos de curta duração e que cumprem com destreza a estética proposta pela banda. Formada por Hutch Harris (Guitarra e Vocal) e Kathy Foster (Baixo o Backing Vocal), e atualmente com Westin Glass na bateria, o grupo originário de Portland faz com que inúmeros “aaaahhs” ou “ooohhhhs” cantados no disco sejam muito mais divertidos do que várias horas de instrumentação clássica ou acordes bem desenvolvidos.

Visivelmente menos pulsante que o disco anterior Now We Can See (2009), em Personal Life a banda tira o pé do acelerador e deixa de lado o ar Punk dos primeiros discos explorando muito mais a sonoridade indie rock noventista. É possível encontrar diversas canções que remetam à Superchunk, Guided By Voices ou Sugar como nas faixas iniciais “I’m Gonna Change Your Life” ou “I Don’t Believe You”.

The Thermals junto de bandas como Ted Leo and The Pharmacists, Titus Andronicus ou mesmo a brasileira Superguidis, faz com que os anos 90 estejam muito mais próximos, além de tornar o rock dos anos 2000 muito mais divertido.

Personal Life (2010)

Nota: 7.5
Para quem gosta de:  Ted Leo and The Pharmacists, Titus Andtonicus e The Hold Steady
Ouça: I’m Gonna Change Your Life, I Don’t Believe You e Power Lies

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.