Colombia Coffee
Brazilian/Indie Rock/Alternative
http://www.myspace.com/colombiacoffee

Por: Cleber Facchi

Lá se vai mais de um ano desde que o Selo Vigilante apresentou sua primeira remessa de grandes lançamentos musicais, todos (ou quase todos) cuidadosamente registrados em pequenos compactos de vinil, proporcionando uma pequena coqueluche aos nostálgicos pelo formato e introduzindo tantos outros que talvez jamais tivessem contato com o mesmo. Entre os sortudos que acabaram integrando a primeira leva de lançamentos do selo estava o ainda trio Colombia Coffee, banda que volta com mais um novo pequeno registro, mobilizando a mesma energia, os versos ensolarados e as guitarras suavemente dançantes de outrora.

Sob o singelo nome de Pran, o mais recente EP da banda formada por Dennis Santos (bateria), Caio Otero (baixo e voz), Gustavo Rodrigues (Sintetizador e guitarra) e Deborah F. (guitarras) surge como um grande mergulho no indie rock dos primeiros anos da última década, transbordando guitarras prontas para a dança, versos adolescentes e um tipo de energia que percorre de forma natural o trabalho de grupos como The Subways e Tokyo Police Club. Fácil, mas sem soar burro ou descartável, o álbum garante pouco menos de 20 minutos de sons arquitetados de forma crescente e puramente descompromissada.

[youtube:http://www.youtube.com/watch?v=Iu2P-ay0j5k?rol=0]

[youtube:http://www.youtube.com/watch?v=AQZKiQ01-dM?rol=0]

É preciso fôlego para percorrer as cinco etapas que o pequeno grande registro vai aos poucos nos presenteando. Os vocais em coro e a guitarra quase suingada de O Nunca Típico Romance De Paris, canção de abertura do EP já deixam claras todas as intenções do quarteto, que segue edificando sua instrumentação em ritmo alucinado e divertido. Mais quente que a faixa que a precede e se dividindo entre as décadas de 80 e 90, Ainda Há Misterios Nessas Calças E Blusas chega com versos montados para grudar na cabeça do ouvinte (indicada para quem já gostava do hit anterior da banda, As Coisas Que Ela Diz), crescendo de forma indescritível por conta dos riffs desferidos pela exímia guitarrista do grupo.

Quando você pensa que o álbum finalmente dará alguma folga, um espaço para respirarmos, lá vem mais uma sequência de sons puramente dançantes, instáveis, joviais e simplesmente caóticos, arremessando o ouvinte para inúmeras direções. Até a melancólica Sempre Assim, faixa mais “lenta” do disco mantém sua condução de forma extremamente acelerada, apresentando um tipo de som que cola o ouvinte no teto e só o tira de lá quando Nunca Muito Decente – faixa de encerramento do álbum – chega ao fim. Limpo, direto ao ponto e um trabalho que você definitivamente precisa ouvir.

Pran EP (2011, Vigilante)

Nota: 7.7
Para quem gosta de: Rockz, Sabonetes e Arctic Monkeys
Ouça: Nunca Muito Decente