Disco: “Prom”, Grooms

/ Por: Cleber Facchi 03/08/2011

Grooms
Indie Rock/Shoegaze/Indie
http://www.myspace.com/groomsmusic

Por: Fernanda Blammer

A mudança de gravadora definitivamente tem feito muito bem ao trio nova-iorquino Grooms. Depois de lançarem seu primeiro álbum, Rejoicer em 2009 pelo selo Death By Audio (que além de investir na produção de algumas bandas independentes lida com a fabricação de pedais para guitarras), agora a banda que mantém sua sede na região do Brooklyn lança seu novo trabalho através da Kanine Records, selo que parece ter proporcionado uma boa soma de melhorias ao recente álbum do grupo, Prom.

Claramente influenciados pelo Sonic Youth dos álbuns Goo (1990) e Dirty (1992), o trio formado por Emily Ambruso, Travis Johnson e Jim Sykes transforma seu recente disco em um verdadeiro passeio pelas guitar bands da década de 90, apresentando melodias suavemente sujas e letras tomadas de jovialidade, ressaltando sempre questões amorosas, passeios de skate, o tédio e versos carregados de referências cotidianas. Embora não sejam donos do mesmo brilhantismo exposto por nomes como The Pains of Being Pure at Heart, a tríade de instrumentistas sabe como montar um registro suficientemente sujo e encantador.

Prom parece ser um disco construído sem qualquer tipo de pressão, afinal, a forma despojada como as faixas são construídas transmitem o tempo todo a sensação de naturalidade ao álbum, com as guitarras sempre expostas de forma eficiente e dentro de uma fluidez completamente própria da banda. Mesmo nos momentos em que a instrumentação ganha um acréscimo de peso e uma carga nova de ruídos, como na faixa Into The Arms, os nova-iorquinos não ultrapassam certo limite, tornando o registro um trabalho de puro equilíbrio.

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Além da constante busca por uma condução equilibrada ao disco, o trio mantém de forma contínua a procura por melodias sempre radiofônicas e pegajosas. Expression Of, por exemplo, faz com que mesmo as guitarras tomadas de distorção e o baixo volumoso da canção não excluam os versos acessíveis e a bateria levemente dançante, com a banda mobilizando a formação de uma faixa que serve tanto aos interessados pelo rock alternativo quanto por aqueles que buscam por um som mais fácil. O mesmo se repete em Imagining The Bodies e Sharing, faixas que revivem os momentos áureos do rock alternativo dos anos 90 com certa dose de novidade.

Se dentro de uma sonoridade mais ponderada a banda é capaz de proporcionar aos ouvintes uma boa experiência sonora, ao atravessar um campo de músicas nebulosas e leves predisposições aos sons experimentais o acerto é ainda maior. Em Don’t Worry, You’re Prettier, o trio deixa de lado sua estrutura repleta de formas controladas e sons radiofônicos na busca por um resultado invadido por guitarras opacas e uma atmosfera quase claustrofóbica, algo bem distante do que é apresentado no restante do trabalho.

Diferente de Rejoicer, em que a banda lançava uma série de composições e ritmos aleatórios, como se estivesse em busca de sua própria sonoridade, em Prom essa busca parece parcialmente finalizada. O disco parece seguir uma ideia do principio ao fim, mesmo que em alguns momentos canções como Psychics pareçam distorcer isso. Não é um trabalho clássico ou revolucionário, entretanto, o disco alcança um resultado suficientemente satisfatório, um tipo de álbum que talvez não tivesse a mesma funcionalidade se contasse com uma estrutura maior.

Prom (2011, Kanine)

Nota: 7.5
Para quem gosta de: The Pains Of Being Pure At Heart, Dream Diary e Craft Spells
Ouça: Aisha e Expressions Of

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.