Disco: “Psycho Jukebox”, Jon Fratelli

/ Por: Cleber Facchi 28/07/2011

Jon Fratelli
British/Rock/Pop
http://www.jonfratelli.co.uk/

Por: Cleber Facchi

É tempo de mudanças no rock britânico. Se durante boa parte da década passada foram as presenças de grupos voltados ao indie rock como Kaiser Chiefs, Arctic Monkeys ou The Rascalas que predominaram em todo território britânico, agora é a busca por projetos solo ou trabalhos paralelos que tomam conta do mesmo ambiente. Depois de Miles Kane e Alex Turner, quem investe em sua carreira solo é o cantor e guitarrista Jon Fratelli, músico que durante boa parte dos anos 2000 animou o público através de sua divertida e irreverente banda, o The Fratellis.

Com sua antiga banda entrando em recesso em meados de 2009, Jon não tardou em experimentar novas sonoridades e estratégias em sua carreira musical. No mesmo ano que o hiato teve início veio o trabalho ao lado do músico escocês Lou Hickey, onde  através da banda Codeine Velvet Club a dupla deu origem a um homônimo trabalho de estúdio. Se naquela época Jon deixou de lado o sobrenome fictício para trazer de volta seu nome original, Lawler, adentrando de forma definitiva em carreira solo o artista traz de volta a quase marca que o tornou conhecido, estratégia mais do que necessária para apresentar seu primeiro álbum composto de forma quase individual.

Quem espera pelo reencontro do trio Jon, Barry e Mince Fratelli ao longo de Psycho Jukebox (2011,  Island) pode acabar um pouco decepcionado, afinal, as companhias do cantor escocês agora são outras, assim como a própria sonoridade que o acompanha. Embora a dupla de “irmãos” passe longo do recente álbum, o que não faltam ao músico são novos parceiros, completando o cerne do trabalho com a trinca de músicos formada por Lewis Gordon (baixo), Ross MacFarlane (bateria) e Will Foster (teclados).

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Mesmo que passeie por uma sonoridade muito mais roqueira e suja do que a apresentada em seus anteriores trabalhos – lembrando em alguns momentos o Arctic Monkeys do disco Suck It and See -, seja pelos vocais ou pela musicalidade, inevitavelmente Jon Fratelli está ligado ao som apresentado em seus antigos projetos. As transições pelo punk britânico dos anos 70 além de alguns toques de rock clássicos da década de 1960 não excluem algumas visíveis aproximações com o que fora construído ao lado do The Fratellis, principalmente pelas formas da bateria e ainda pelas guitarras levemente propensas à dança.

Além dos toques de rock inglês, Jon parece ter encontrado algumas vagas referências pelo rock norte-americano dos anos 80, com o disco em diversos momentos soando como a trilha sonora de um filme barato lançado na mesma época. Mesmo que exista esforço falta qualidade ao trabalho, com todas as composições soando praticamente idênticas ou trazendo raríssimas novidades ao álbum. Tony Hoffer que assume a produção do álbum e que já havia trabalhado com o músico em Costello Music (2006) parece simplesmente ter abandonado o registro, um álbum que se posiciona de forma totalmente pretensiosa e boba.

Por mais que você se esforce é simplesmente impossível gostar do disco, sendo que nem mesmo a imprensa britânica que durante os últimos anos deu suporte ao grupo partiu para a defesa do álbum, dando ao álbum notas merecidamente baixas. A própria gigante NME classificou o disco como “Monótono, banal e verdadeiramente terrível”. Entretanto Psycho Jukebox é sobretudo um registro corajoso, afinal é preciso muita coragem para alguém entregar um álbum tão fraco e vergonhoso quanto este. Melhor sorte da próxima vez. Ou não.

Psycho Jukebox (2011, Island)

Nota: 2.0
Para quem gosta de: The Fratellis, Bon Jovi e brincar de ser roqueiro
Ouça: Santo Domingo

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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.