Disco: “Skin Collision Past “, Wild Mocassins

/ Por: Cleber Facchi 29/07/2011

Wild Mocassins
Indie Pop/Alternative/Female Vocalists
http://www.myspace.com/thewildmoccasins

Por: Fernanda Blammer

A receita montada para dar vida aos sons proclamados pelo grupo texano Wild Mocassins parece ser até bem simples: horas ouvindo a discografia do The Smiths, um vasto passeio pelos trabalhos do Belle and Sebastian e toda aquela dose de fofura e hits adocicados que você só encontra pelo indie pop sueco. Entretanto, além do vasto arsenal de influências musicais que tomam conta de um bom número de bandas atualmente, o quinteto vindo de Houston, Texas consegue mobilizar um algo mais em suas composições, uma identidade rítmica e poética que parece ultrapassar qualquer tipo de repetição ou possível similaridade com outro grupo.

Muito do que parece orientar a musicalidade da banda em seu primeiro álbum de estúdio que acaba de ser relançado – denominado Skin Collision Past (2011, New West) – parece se assemelhar com outro recente lançamento, o delicioso In Light, disco de estreia do grupo de Luisiana Givers. Porém, enquanto a banda dona de hits como Up Up Up e Meantime parece concentrar seus esforços em cima de um som festivo e quase tribal em alguns momentos, a banda texana segue por outro caminho, muito mais calcado no uso de guitarras e com um pé cravado em uma sonoridade levemente entristecida.

Através dos belos vocais de Zahira Gutierrez, a banda formada por Cody Swann, Nicholas Cody, Andrew Lee e John Baldwin proporciona um som que mesmo açucarado não poupa seus esforços em pesar as guitarras e arremessar para cima do ouvinte uma sequência de hits ora cantados com candidez, ora berrados com doçura. Através de 15 músicas, o quinteto reúne composições inéditas além de algumas velhas conhecidas da banda, que desde 2007 vem acumulando boas criações, faixas projetadas para atiçar o ouvinte em uma única audição.

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Mesmo agradável e se desenvolvendo de forma tranquila ao longo de seus quase 60 minutos, Skin Collision Past erra, e muito, por seus excessos. Até a quinta composição do álbum o quinteto consegue segurar as pontas do trabalho, apresentando faixas que mesmo similares conseguem manter uma distinção visível uma das outras. Contudo, após a divertida Psychic China (música que daria um fechamento mais do que coerente ao registro se o mesmo fosse trabalhado como um EP), o álbum entra em uma maré de repetições que duram até a última canção do álbum.

Entretanto, antes de cair em fórmulas repetitivas a banda consegue passear por uma sequência de bons hits, faixas de puro caráter radiofônico, mas que rompem com qualquer tipo de aspecto descartável ou frágil. Músicas como Late Night Television revelam uma sonoridade e uma poesia surpreendente através da banda, sendo facilmente o momento mais maduro do registro. Mesmo em suas composições mais fáceis, como a faixa de abertura Skin Collision Past ou It’s Health & My Own o quinteto mantém um direcionamento coeso, mesclando boas guitarras com toques nada moderados de um pop pegajoso e cristalino.

Bem orientado em sua quase totalidade, o disco se mantém o tempo todo de maneira ponderada, como se a banda buscasse por uma sonoridade que não ultrapassasse seus próprios limites, o que de forma alguma prejudica o rendimento da pacata obra. Contudo, dentro de seus próprios limites o grupo faz de tudo para cativar o ouvinte, feito alcançado com facilidade logo na abertura do álbum e algo se estende pelo restante do disco, com o quinteto proporcionando uma estreia consistente e que deve acertar em cheio aos fãs ou quem quer que venha a desbravar o singelo debut.

Skin Collision Past (2011, New West)

Nota: 7.1
Para quem gosta de: Givers, Thao & Mirah e 1,2,3
Ouça: Skin Collision Past

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.