Disco: “Something To Die For”, The Sounds

/ Por: Cleber Facchi 20/03/2011

The Sounds
Swedish/Indie Rock/New Wave
http://www.myspace.com/thesounds

 

Por: Cleber Facchi

Tédio travestido de “rock”, se a banda sueca The Sounds pudesse ser definida essa sem dúvidas seria a titulação mais coerente ao grupo. Por trás de toda a parafernália musical que bebe desesperadamente da new wave e até do punk, o que prevalece são os excessos, raras faixas audíveis e uma postura pretensiosa e sem graça. Com o quarto disco na praça e mais de dez anos de carreira, fica visível o quão pouco a banda se reinventou.

A banda parecia funcionar apenas no começo dos anos 2000, quando lançou seu primeiro trabalho de estúdio, Living in America (2002), um disco que conseguiu certo destaque por conta de toda a onda revival da new wave que assolava o mundo da música naquele momento. Os sintetizadores sintomáticos, reajadas de guitarras eletrônicas e uma bateria dividida entre ecos e sons secos. Observando Something To Die For (2011) pouco mudou dentro dos padrões sonoros da banda, sendo possível afirmar que houve até uma piora nos resultados do grupo.

Formado por Felix Rodriguez, Johan Bengtsson, Jesper Anderberg, Fredrik Nilsson e tendo como símbolo máximo a musa Maja Ivarsson, a banda teve inicio em 1999 na cidade de sueca de Helsingborg. Até o lançamento do primeiro disco três anos mais tarde, o grupo circularia por diversos palcos do seu país de origem além de alguns shows nos países vizinhos. Entretanto, todo o peso em busca de despontar a carreira parece ter sido vão quando se tem em mãos esse quarto disco.

[youtube:http://www.youtube.com/watch?v=AjY4Wj_-Zec?rol=0]

Tudo nele soa de maneira batida, velha e repetitiva. Cada uma das dez faixas que compõem este registro parecem idênticas às mesmas músicas que o quinteto soltou em seus lançamentos anteriores. Os mesmos sintetizadores clichês, os idênticos solos pretensiosos e os igualitários vocais trabalhados de maneira forçadamente rebelde. É como se a cada disco a banda tivesse um kit-música, encaixando peça por peça e eventualmente fazendo algumas alterações para não parecerem repetitivos.

Ouvidos mais desatentos podem achar que faixas como Dance With The Devil com suas mesclas de eletrônica e guitarras aceleradas são o pico da evolução na carreira do grupo, porém quem ouvir de maneira atenta perceberá que nada ali é novo. Tudo bem, a faixa pode até lhe proporcionar algumas boas danças, mas nada que vá além disso. O mesmo vale para outras faixas do álbum, com doses a mais ou a menos de modulações eletrônicas.

É louvável que o grupo já tenha alcançado mais de dez anos de carreira, um feito realmente bem admirável no vai e vem de bandas que nascem e se extinguem e velocidade absurda. Entretanto é difícil de aceitar que mesmo os fãs da banda possam se contentar com um som repetitivo como o que figura dentro desse disco, um pingo de inovação seria bem mais gratificante.

 

Something To Die For (2011)

 

Nota: 3.0
Para quem gosta de: Shiny Toy Guns, Those Dance Days e Robyn
Ouça: Dance With The Devil

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.