Disco: “Stade 2”, Mr. Oizo

/ Por: Cleber Facchi 01/11/2011

Mr. Oizo
French/Electronic/Electro
http://www.myspace.com/oizo3000

 

Por: Fernanda Blammer

Todo mundo já dançou ao som de Mr. Oizo. Embora se revele como uma afirmação talvez absurda ou pretensiosa, qualquer indivíduo que tenha frequentado algum clube noturno ao longo da última década já se deparou com uma mínima composição do produtor francês, sejam elas canções originais, remixes ou faixas colaborativas com outros representantes da música eletrônica. Sempre lembrado por seus fenomenais remixes, Oizo nunca apresentou um grande registro em estúdio, ficando sempre aquém de seus experimentos com o trabalho de outros artistas, algo que ele pretende modificar agora com a chegada de seu mais novo álbum.

Na ativa desde o começo da década de 1990, Mr. Oizo – nascido Quentin Dupieux – transforma o recente Stade 2 (2011, Ed Banger) em uma sucessão de pequenos experimentos sintéticos. Apresentando sua visão do que seria a House Music, Techno ou mesmo o mais convencional electropop, o francês nos embriaga com 13 composições tomadas de beats ruidosos, programações instáveis e um completo afastamento de qualquer busca por um som fácil ou materialmente acessível.

Transitando pelo mesmo plano que o conterrâneo e parceiro SebastiAn, Dupieux desenvolve ao longo de 30 minutos uma soma de elementos e ritmos que se alteram a cada nova faixa, invertendo a métrica do trabalho a todo minuto. Diferente de uma maioria de produtores que se concentram no desenvolvimento de composições extensas ou faixas que muitas vezes beiram um resultado épico, o francês concentra todos seus esforços na produção de um disco rápido, dançante e ainda assim inventivo.

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Nenhuma das 13 faixas que delimitam o álbum ultrapassa os três minutos de duração, com muitas delas apresentando uma sequência de sons variados em menos de dois minutos ou talvez até menos que isso. A busca por esse tipo de som acelerado – em alguns momentos até demais – acaba possibilitando que o produtor acabe trafegando por distintos setores da música em um curto espaço de tempo, passeando tanto por um terreno essencialmente experimental (e específico) até composições como Douche Beat, que parecem voltadas para qualquer tipo de público, servindo como um som perfeito para qualquer festa.

Ao mesmo tempo em que consegue proporcionar um trabalho dinâmico e apoiado em diferentes tendências musicais, essa busca por um registro mais curto e faixas menos extensas também acaba resultando em um dos grandes problemas do álbum. Mesmo que algumas composições como Edn e Chiffon (ambas com menos de dois minutos) consigam entusiasmar em seu curto tempo de execução, a pouca duração das mesmas acabam por resultar em um som demasiado simples, tornando o registro um trabalho excessivamente frágil e pouco proveitável em diversos momentos.

De fato Stade 2 é um disco que parece montado especialmente para o remix de outros produtores, mesmo que consiga propiciar uma aproximação e uma interação entre suas composições. Entre pequenos erros e alguns bons acertos, Mr. Oizo mais uma vez conseguiu o que há tempos vem desenvolvendo: produzir uma soma de sons dançantes e faixas construídas especialmente para as pistas, mesmo que para isso precise se adornar de algumas pequenas irregularidades.

 

Stade 2  (2011, Ed Banger)

 

Nota:6.8
Para quem gosta de: Sebastian, Justice e Sebastien Tellier
Ouça: Douche Beat

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.