Disco: “Stage Whisper EP”, Charlotte Gainsbourg

/ Por: Cleber Facchi 08/12/2011

Charlotte Gainsbourg
French/Female Vocalists/Alternative
http://charlottegainsbourg.fr/

Por: Fernanda Blammer

 

Assim como a carreira cinematográfica de Charlotte Gainsborg sempre dividiu o público e a crítica de forma bastante significativa, em se tratando da carreira musical da cantora anglo-francesa essa mesma observação acaba se repetindo. Quando lançado em agosto de 2006, 5:55, “primeiro disco” da maior dissidente de Serge Gainsbourg imediatamente contou com duas facções bem definidas de quem apreciou o trabalho: aqueles que amaram e os que odiaram o disco. Todavia, essa concepção sobre a obra da cantora seria sumariamente abandonada passados três anos, quando em 2009 fosse apresentado o unânime IRM.

Produzido por Back Hansen e diluindo melhor a voz e as experiências de Gainsbourg, o trabalho se evidenciou incrustado de hits e faixas memoráveis, canções como Heaven Can Wait, que trataram de apresentar o trabalho da musicista para toda uma nova soma de ouvintes e entusiastas que talvez só tivessem conhecimento da produção voltada ao cinema de Charlotte. Elogiado pela crítica e amado pelos fãs, o registro de 41 minutos abriu todo um novo universo de possibilidades à cantora, que não se contentou em seguir em meio a fórmulas instrumentais básicas, partindo em busca de sons visivelmente experimentais e todo um novo cardápio de experiências musicais.

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A continuação dessa pequena epopeia de Charlotte parece chegar somente agora, passados mais de dois anos desde o lançamento do elogiado disco. Sob o nome de Stage Whisper, o mais novo álbum da cantora segue mergulhado nas mesmas incursões sonoras de outrora, embora grande parte do que sustente o trabalho venha de um som cada vez mais ameno e, por que não, pop. Dos sintetizadores dançantes de Terrible Angels ao toque melancólico de Out Of Touch, cada faixa do registro evoca uma exposição intencionalmente comercial, transformando Gainsbourg em uma espécie de diva pop Cult.

Por mais que o disco – um EP de oito faixas – não consiga agregar a mesma estrutura encontrada no último trabalho da cantora, ao longo de todo o álbum é visível uma pequena soma de memoráveis acertos e músicas competentemente aproveitadas. É o caso da doce Go To Let Go, canção explorada de maneira sombria e que cresce de forma surpreendente em virtude da necessária participação de Charlie Fink, vocalista do grupo britânico Noah and The Whale. Agradável, o disco parece afastar cada vez as antigas conexões feitas entre a obra de Charlotte com a discografia de seu falecido pai, algo visível desde o primeiro álbum da cantora, mas que talvez só agora seja realmente compreendido.

Stage Whisper EP (2011, Because Music/Elektra Records)

Nota: 7.5
para quem gosta de: Air, Feist e Serge Gainsborug
Ouça: Out Of Touch e Go To Let Go

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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.