Disco: “Stroked”, Vários Artistas

/ Por: Cleber Facchi 28/07/2011

Varios Artistas
Indie/Alternative/Tribute
http://stereogum.com/

 

Por: Fernanda Blammer

Depois do álbum tributo lançado pela revista norte-americana Spin para o clássico Nevermind do Nirvana, agora é vez do site Stereogum prestar sua homenagem a outro clássico, este um pouco mais recente, Is This It do The Strokes. Primeiro álbum do quinteto nova-iorquino e um dos marcos da retomada do rock alternativo no começo dos anos 2000, o registro de 11 faixas chega em moldes completamente reformulados nas mãos de uma série de novas bandas, grupos em geral donos de uma sonoridade completamente distinta ao que fora proposto pelo cinco garotos em seu elogiado debut.

Contrário ao trabalho montado em homenagem ao grupo de Seattle – denominado Newermind e que contou com a participação de bandas como Titus Andronicus e EMA -, Stroked (2011, Stereogum)  não poupa esforços em experimentar novas estratégias musicais na hora de reinterpretar o recente clássico. O resultado nessa busca por realmente trazer uma outra sonoridade ao disco acaba resultando em duas vertentes bem definidas. Uma delas composta de faixas que trazem nesse reinterpretar de sons um claro acerto e outro formado por músicas que seriam melhores se nunca fossem gravadas.

Entre os bons momentos do trabalho estão faixas como Last Night, que através dos sons lançados pelo The Morning Benders trouxe um resultado de completo agrado a disco, com a banda trabalhando a composição dentro dos mesmos moldes apresentados em seu último disco, o elogiado Big Echo (2010) – álbum que mostrou a banda californiana no ápice de sua criatividade. Mesmo renovada, a faixa consegue manter uma mesma linha do que Julian Casablancas e seus parceiros elaboraram, produzindo uma faixa que soa nova, mas respeita sua origem.

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Quem também respeita este mesmo seguimento é Owen Pallet (Final Fantasy), que transformou Hard To Explain, originalmente uma composição aceleradíssima em algo suave, melancólico e de pura beleza, algo muito próximo do que os novatos do Austra fizeram noa hora de montar a sua versão de Alone, Together. Mesmo mantendo um fundo de Strokes em sua condução, a faixa ganha um formato renovado, com a banda canadense puxando a composição para dentro da mesma linha apresentada no recente Feel It Break (2011).

Há entretanto o outro lado, uma maioria do disco em que as versões conseguem soar profundamente constrangedoras. A própria faixa de abertura, Is This It é simplesmente impossível de ser apreciada em sua nova montagem, com o trio sueco Peter Bjorn and John transformando a faixa em algo completamente irritante, afinal, o que são aquelas guitarras? O mesmo acontece com a nova roupagem dada ao clássico The Modern Age, que não funcionou de nenhuma maneira nas mãos da musicista Chelsea Wolfe, um claro erro na hora de dividir as canções entre os artistas.

Esta não é a primeira vez que o site presta sua homenagem através de um disco tributo para algum trabalho clássico. Em seu catálogo de registros surgem homenagens voltadas a discos Post da Björk,  Automatic For The People do R.E.M. ou ainda OK Computer do Radiohead. Contudo, em todas estas anteriores versões e tributos a escolha das bandas e as versões apresentadas por elas conseguiram satisfazer, algo que o atual registro não consegue. O jeito é esperar por uma nova homenagem quando o álbum completar 20 anos, ou permanecer com a versão original mesmo.

 

Strokes (2011, Stereogum)

 

Nota: 6.5
Para quem gosta de: The Strokes, Little Joy e Julian Casablancas
Ouça: Last Night e Barely Legal

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.