Disco: “Superdose”, Superdose

/ Por: Cleber Facchi 16/04/2011

Superdose
Brazilian/Rock/Alternative
http://www.myspace.com/superdosebrazil

Por: Fernanda Blammer

Depois de abrirem uma série de shows para o Placebo e Stereophonics em suas passagens pelo Brasil durante o ano de2010, adupla formada pelos irmãos Johnny e Antonio Frugiuele volta com mais um novo trabalho de estúdio. Inspirados pelo rock inglês da década de 1990 e alguns parcos toques do rock nacional dos anos80, abanda não poupa esforços em despejar uma série de hits grudentos, sempre acompanhados de boas e expressivas guitarras.

Depois de cativarem um fiel grupo de fãs com o lançamento de um disco homônimo em 2007, além do EP Cidade Luz em 2010, o duo (uma espécie de irmãos Gallagher mais pacíficos) retorna com uma sequência de canções inéditas e algumas faixas já conhecidas dos fiéis seguidores. Mesmo sem apresentar nenhuma novidade em se tratando de som e poesia, o grupo acerta pelo básico, através de doze faixas (duas delas são vinhetas), que tratam principalmente sobre o amor e as turbulências da vida cotidiana.

Sem poupar esforços, a banda manda logo de cara duas faixas elaboradas de maneira polida, cobertas por boas guitarradas e uma energia feita para agradar aos fãs. Tanto Zoom (com o vocalista Johnny lembrando muito Cazuza, por conta do tom de voz) quanto Suscetível não abrem possibilidades para respirar. A levada acelerada dos instrumentos, digna de grupos como Stereophonics e Jet dariam à banda a chance de prender o ouvinte logo na primeira audição, dariam, se não fosse pela faixa seguinte, a cansativa Coração de Plástico.

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Lenta, a balda se apresenta como um dos momentos mais desnecessários do disco, cortando o entusiasmo construído com as duas primeiras faixas. Não que a faixa seja de fato ruim, mas parece incoerente na abertura do trabalho, travando toda a aceleração proposta pelas guitarras do grupo. Felizmente a banda consegue reverter isso, lançando Cidade Luz (que lembra muito Oasis) e Manda o DJ trocar o som (melhor canção do disco) logo na sequência.

Com o álbum de volta aos eixos chega a primeira vinheta, funcionando como uma boa introdução para a chegada de Você é meu perfil e Ana, essa última dona do melhor instrumental do álbum. Agora sim, coerentemente encaixada Último Adeus permite que a banda entre por um caminho tortuoso sem soar disforme, abrindo, inclusive, espaço para a chegada de Depois de Você, outra pérola do sofrimento e com cara de hit fácil, pronto para tocar nas rádios. Como não poderia deixar de ser o grupo finaliza com Tragos, antes que a última vinheta (com direito a faixa bônus) acabe por chegar.

O autoentitulado novo trabalho da Superdose é de longe o melhor álbum da carreira do grupo. Ausente de excessos (embora Coração de Plástico continue não agradando) o disco não conta com originalidade, embora cumpra com propriedade seu papel, que é o de soar empolgante e feito para quem gosta de rock. O novo álbum não só justifica o motivo da banda ser escolhida para ter figurado ao lado de grandes representantes do rock europeu, como os torna exemplo para uma série de bandas que estão iniciando. Afinal, a carreira do grupo vai muito bem, obrigado.

Superdose (2011)

Nota: 7.0
Para quem gosta de: Carolas, Pública e Stereophonics
Ouça: Manda o DJ Trocar o Som

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.