Disco: “Tarot Classics EP”, Surfer Blood

/ Por: Cleber Facchi 28/10/2011

Surfer Blood
Indie Rcok/Surf Rock/Alternative
http://www.surferblood.com/

Por: Cleber Facchi

 

Quando há poucos meses surgiu o anúncio do novo EP dos norte-americanos do Surfer Blood com ele surgia um forte questionamento: estaria a banda disposta a reviver as mesmas experiências sujas de seu primeiro e elogiado álbum? Afinal, como haviam apontado desde seu surgimento, a temática Lo-Fi apresentada nas composições do grupo nunca fora algo intencional, mas um resultado natural das gravações em estúdios caseiros e ambientes precários. Logo, estaria a banda preparada para essa transição? E o público, não acabaria estranhando essa possível substituição?

Todas essas respostas ficam mais do que esclarecidas logo nos minutos iniciais de Tarot Classics EP (2011, Kanine), que em pouco tempo de execução não apenas nos prepara para essa transformação do grupo, como apresenta o grupo de West Palm Beach, Florida em contornos ainda melhores e melódicos. Composto de quatro faixas inéditas e dois remixes, o registro flui de maneira funcional em seus pouco mais de 20 minutos, revivendo um acalentado toque de surf music com profundas inclusões do indie rock límpido que caracterizou o rock dos anos 2000.

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=5AEldiUP408]

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=R_RBxVpM_AI]

Se inicialmente faltam composições carregadas de efeitos e sujeira sonora – algo bem expresso através de músicas como Swim e Harmonix -, logo a maestria límpida de canções como I’m Not Ready e Miranda suprem habilmente essa necessidade. Essencialmente melódicas tais composições mantém a ligação praieira da banda em segundo plano, com o grupo se afundando em uma pequena sequência de sons mais convencionais, o que de forma alguma impede o bom rendimento do trabalho. A banda até pensa nos possíveis saudosistas, transformando Drinking Problem (possivelmente a melhor faixa do álbum) em uma clara dissidência de seu trabalho de estréia.

A banda até se permite aportar em novas experiências musicais, algo bem expresso em Voyager Reprise, em que as guitarras de abertura e a fluência da canção puxam o trabalho do para próximo do hardcore melódico apresentado no novo álbum do Fucked Up. Rápido e bem direcionado, o EP se extingue rapidamente, sendo provavelmente este seu único problema, afinal, quanto mais nos acomodamos nas bem exploradas emanações do disco, menos queremos nos afastar dele.

Tarot Classics EP (2011, Kanine)

Nota: 7.5
Para quem gosta de: Smith Westerns, Wavves e Best Coast
Ouça:  Drinking Problem e Voyager Reprise

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.