Disco: “The Hunter EP”, Kele

/ Por: Cleber Facchi 22/10/2011

Kele
British/Electronic/Dance
http://iamkele.com/

 

Por: Fernanda Blammer

É realmente muito difícil compreender o que se passa na cabeça de Kele Okereke. Depois de ter dado vida a alguns dos maiores clássicos musicais da última década ao lado dos antigos parceiros do Bloc Party, o britânico resolveu mudar o visual, o nome e seu estilo musical para surgir como uma espécie de novo ídolo da música eletrônica. Uma mudança que logo em seu primeiro registro em carreira solo, The Boxer, acabou comprovando ser um claro erro. Não conformado, Kele reaparece agora, tentando se desvencilhar dos erros, pelo menos é que o EP The Hunter tenta repassar.

O grande problema do britânico não estava no fato de buscar por uma nova sonoridade ou de optar por algo diferente do que vinha desenvolvendo anteriormente, mas nos excessos gerados a partir disso. Se tivesse concentrados seus esforços apenas em um caprichado single da faixa Tenderoni o músico inglês teria um claro acerto, entretanto, Okereke e o produtor XXXChange queriam mais, um erro que acaba se repetindo agora com o lançamento de seu novo e também ineficiente trabalho.

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Tudo que as três primeiras faixas do álbum – What Did I Do?, Release Me e Devotion – conseguem edificar, garantindo até certa dose de credibilidade ao trabalho do músico, as composições seguintes acabam simplesmente derrubando. Kele até começa empolgado, distribui um electropop com toques de dubstep bem produzido na primeira faixa, passa pela house music de maneira competente na segunda e até convence com pequenas doses de experimentação na terceira, entretanto, dali em diante o álbum segue uma ladeira abaixo, desgovernado e sem qualquer chance de brecar.

Em Goodbye Horses, por exemplo, vê-se a tentativa do britânico em desenvolver uma espécie de indie rock eletrônico e pouco convincente, é visível o quanto o músico tenta promover uma versão sintetizada daquilo que desenvolvia ao lado de sua anterior banda. Com as faixas seguintes apenas mais do mesmo, com Kele chegando a soar vergonhoso em Love As A Weapon, fazendo uso de uma letra clichê e uma sonoridade pretensiosa. Se os ex-parceiros do Bloc Party ainda não tinham um pretexto para excluir Okereke da banda, agora eles terão motivos de sobra.

 

The Hunter EP (2011, Wichita)

 

Nota: 6.0
Para quem gosta de: Bloc Party, Pin Me Down e Delphic
Ouça: What Did I Do?

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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.