Disco: “The January EP”, Here We Go Magic

/ Por: Cleber Facchi 03/04/2011

Here We Go Magic
Psychedelic/Experimental/Indie
http://www.myspace.com/herewegomagic

 

Por: Cleber Facchi

E o Here We Go Magic segue em ótima fase, depois de terem brilhado em 2010 com o lançamento de Pigeons, os norte-americanos fazem seu retorno com o lançamento do EP The January (2011). Assim como nos anteriores trabalhos do quinteto Luke Temple, Michael Bloch, Peter Hale, Jen Turner e Kristina Lieberson temos aquele confortável passeio psicodélico recheado de sons levemente coloridos e bom uso de melodias.

Diferente dos dois discos de estúdio da banda originária do Brooklyn, esse EP é apresentado de maneira mais compactada, com as canções soando de forma mais concisa e ausente dos momentos lisérgicos que acompanham a carreira do grupo. Tulip, por exemplo, mostra a banda mandando uma série de acordes direcionais, sem grandes complementos instrumentais, deixando para que o coro de vocais masculinos e femininos possa dar complemento e beleza à faixa.

Se o pequeno disco se mostra de forma menos viajada, o mesmo não pode ser dito de Hands In The Sky. Com um ritmo crescente, a canção vai aos poucos sendo adornada por uma série de teclados cuidadosos, ampliando o clima mágico, que desde sempre esteve presente na sonoridade da banda. O momento é único, já que na sequência a banda se prende a composição de musicas um pouco mais curtas e devera simplistas, claro, sem perder o bom uso instrumental, principalmente de teclados.

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Um dos momentos mais experimentais do disco acontece em Hollywood, com os nova-iorquinos prendendo o ouvinte dentro de uma sonoridade melancólica, semi-suja e movimentada pelo uso de uma instrumentação acústica quase angelical. A faixa acaba lembrando de leve alguma coisa feita por Julianna Barwick, muito pela maneira como os arranjos de vocais são empregados dentro da canção, fomentando um tipo de som relaxante e minimalista.

O grupo ainda brinca de fazer musica pop com a ótima Backwards Time, uma das músicas mais rápidas do disco. A canção é um leve prelúdio para a entrada da estranha Mirror Me, faixa que desponta de vez o lado psicodélico e quase transcendental do quinteto. Mesclando uma instrumentação inconstante e marcada pelo esquisito com um jogo de vocais bem amarrados, a canção (a exemplo de Hollywood) entrega o grupo em um estado de quase êxtase musical.

Quem desconhece o trabalho do grupo pode até estranhar a ausência de hits ou refrões mais pegajosos, mas é aí que se esconde a beleza do Here We Go Magic, criar faixas que em uma primeira audição pareçam difíceis, mas que posteriormente vão se desdobrando em detalhes e elementos praticamente imperceptíveis. Enquanto o grupo não manda outro trabalho estúdio, ficar com este pequeno registro é uma ótima dica.

 

The January EP (2011)

 

Nota: 7.3
Para quem gosta de: Departament Of Eagles, The Ruby Suns e Avi Buffalo
Ouça: Hands In The Sky

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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.