Disco: “The Nature”, Casa Del Mirto

/ Por: Cleber Facchi 22/09/2011

Casa Del Mirto
Italian/Electronic/Chillwave
http://www.myspace.com/casadelmirto

 

Por: Fernanda Blammer

Depois de vermos todos os principais expoentes da Chillwave completarem seu ciclo de lançamentos – que teve início lá em 2009 -, não seria de se estranhar que nenhum outro produtor revelasse um trabalho tão interessante quando os apresentados pelos elogiados Neon Indian, Toro Y Moi ou Washed Out. Pelo menos não até agora. Vindo do outro lado do atlântico, mais especificamente da cidade de Trento, na Itália, Marco Ricci é o responsável por assumir todas as texturas chapadas exaltadas pelo projeto Casa Del Mirto, que assim como seus colegas norte-americanos investe em uma sonoridade esvoaçada, tomada de frequências lo-fi e aquele clima levemente ensolarado que tanto conhecemos.

Praticamente um viciado em produzir músicas – quase toda semana ele lança alguma coisa nova -, Ricci já havia acertado em seu lançamento anterior, 1979, trabalho que mostrava não dever nada aos colegas além mar, antecipando algo que seria certa tendência este ano: a forte aproximação da chillwave com a música pop. Se Chazwick Bundick só conseguiu alcançar tal feito com seu mais recente EP, Freaking Out – tudo bem, em Underneath The Pine isso já seria parcialmente visível -, o italiano ao final de 2010 já angariava alguns elogios por sua estratégia, algo que se intensifica agora em seu mais novo álbum.

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Ensolarado e cravejado de sintetizadores coloridos, The Nature (2011, Independente) está muito mais para um disco de synthpop gravado em um cassete antigo do que para algo próximo da eletrônica lo-fi que reverbera pelas praias norte-americanas. Se cobrindo com um manto de syths espesso e radiofônico, o álbum de 15 músicas fornece desde faixas que parecem montadas exclusivamente para as pistas, como a estrondosa Fake ou mesmo a suingada faixa título, assim como composições que flutuam através de emanações confortáveis e hipnóticas, algo bem representado por Good Boy ou a climática Ultimatum.

Além da busca por um tipo de som renovado, Ricci faz de The Nature uma possibilidade para experimentar novas fórmulas ou mesmo tendências musicais. Shout Into The Night, por exemplo, mostra o produtor investindo intensamente em uma sonoridade profundamente romântica, trafegando pela música francesa da década de 1970, bem como pela soul music que aflorou no mesmo período. Entretanto, nada consegue superar Sorry, que une eletrônica convencional com os mesmos encaixes de texturas chapadas e sujas das demais faixas, completando tudo com alguns teclados que acabam lembrando o The Kinfe em alguns momentos. Diferente.

 

The Nature (2011, Independente)

 

Nota: 7.3
Para quem gosta de: Toro Y Moi, Memory Tapes e Washed Out
Ouça: Human Feelings e Ultimatum

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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.