Disco: “The Phantom Forest” Bearsuit

/ Por: Cleber Facchi 09/03/2011

Bearsuit
British/Indie Pop/Alternative
http://www.myspace.com/bearsuit

 

Por: Fernanda Blammer

Da estreia em 2004 com o LP Cat Spetacular até The Phantom Forest (2011) pouco parece ter mudado na carreira do Bearsuit. Com exceção de uma entrada e saída constante de membros, a sonoridade marcada por um indie rock repleto de texturas agridoces e efeitos eletrônicos ainda se faz presente. Embora seja carregado por repetições, o quarto álbum da carreira da banda inglesa dispõe de bons momentos, mas deixa dúvidas sobre o futuro do grupo.

Logo de cara uma constatação: o novo disco da banda de Norwich chupa até o talo influências do The Go! Team. Cada uma das doze faixas desse trabalho trazem o mesmo tipo de mistura entre rock, eletrônica, hip-hop além de uma carga extra de sintetizadores e programações eletrônicas. Qualquer semelhança com Proof of Youth (2007) ou o mais recente Rolling Blackouts (2011) não é mera coincidência. O que explica é a produção do álbum, que ficou por conta de Gareth Parton, músico que trabalhou com o grupo de Brighton em seu primeiro álbum Thunder, Lightning, Strike de 2004.

A diferença entre o Bearsuit e o The Go! Team está no fato de que o primeiro não dispõem de uma energia tão explosiva quanto a do segundo, trocando o favoritismo dos sons da Black music e as referências da Blaxploitation por um som mais pop, doce e compactado. Além das óbvias referências aos conterrâneos britânicos, o agora quinteto Lisa Horton, Charlene Katuwawala, Joe Naylor, Jan Roberston e Iain Ross vai atrás de grupos como Yeah Yeah Yeahs e Le Tigre para dar sustentação ao disco, canções como When Will I Be Queen? ilustram isso muito bem.

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Como dito, The Phantom Forest conta com bons momentos e Albino Tiger Rescue Squad é um deles. A faixa que se divide em vocais falados, gritados e cantados conta com uma instrumentação agradável além do bom emprego de sintetizadores e guitarras. Outra que também se destaca é Cut Loose, a utilização de guitarras sujas e o dueto masculino e feminino se contrastando gera um momento descontraído ao álbum, além de ser uma das composições mais pesadas do trabalho. Todo o esforço alcançado com essas músicas parece ser em vão, quando observado dentro do contexto da obra.

A predominância de faixas estafantes como Kwaa-Kwaa, com a banda tentando soar engraçadinha e fomentando uma sonoridade repetitiva faz com que seja praticamente impossível apreciar o álbum depois de uma terceira ou quarta audição. O quinteto até tenta soar inventivo em músicas bem intencionadas como Giant Archaeopteryx, com a vontade de construir algo experimental, mas que acaba destoando do restante do álbum e termina desperdiçando um bom som.

A maneira como as canções são jogadas dentro do disco deixam parecer que tudo foi feito de maneira aleatória e descompromissada demais. The Phantom Forest não soa de maneira séria em nenhum momento, parece muito mais com o trabalho de um grupo principiante, conseguindo até ser pior do que o anterior disco de estúdio da banda, oh:io (2007). Se o culpado é Gareth Parton ou o próprio quinteto isso é irrelevante, uma coisa é certa, se for para ver a banda definhar a cada disco (como este) é preferível ver o Bearsuit chegar ao fim.

 

The Phantom Forest (2011)

 

Nota: 6.0
Para quem gosta de: The Go! Team, Deerhoof e Envelopes
Ouça: Cut Loose

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.