Disco: “The Pro”, The Pro

/ Por: Cleber Facchi 03/12/2011

The Pro
Brazilian/Indie Rock/Alternative
http://www.myspace.com/bandathepro

Por: Gabriel Picanço

 

De Brasília, cidade com um respeitável histórico de bandas importantes para o rock brasileiro, vem The Pro, banda com um som na mesma frequência e no mesmo nível de muitos nomes gringos que vimos e ouvimos surgir ou acabar na última década.  Apesar do DNA estrangeiro, The Pro tem um proposta original, com letras bacanas em portugês e melodias animadas, com destaque para a união bem sucedida entre sintetizadores e guitarrinhas agitadas. As músicas combinam com a voz peculiar de Zé, o vocalista, guitarrista e líder da banda, e lembram em certos momentos os cariocas do Moptop, com quem o The Pro certamente compartilha muitas influências.

A banda do Zé começou em 2005 e desde 2008 já lançava EP’s e singles, além de fazer shows sempre bem falados, incluindo a abertura da apresentação que o Franz Ferdinand fez em brasilia, em 2010. Agora, finalmente, lançam os seu primeiro disco, The Pro, com rocks que abusam dos synths e bpm’s acelerados.

Nas músicas do disco honômino fica fácil perceber que o The Pro segue o rastro dos grandes ícones do indie rock dançante dos anos 2000, principalmente The Hives, Kaiser Chiefs, Franz Ferdinand, The Strokes, The Killers, Franz Ferdinand e Arctic Monkeys entre outras bandas que explodiram na metade da última decada e hoje estão sumidas ou seguiram caminhos bem diferentes do que faziam no começo. A data de validade do tipo de música desses grupos ainda não está vencida, mas a sonoridade definitivamente não esta mais na crista da onda, ainda que fórmula continue influenciando bons grupos e fazendo efeito nas pistas.

[youtube:http://www.youtube.com/watch?v=8H70wnQ6ojc?rol=0]

[youtube:http://www.youtube.com/watch?v=DF8IBzRzIZ4?rol=0]

The Pro soa moderno, mas, ao mesmo tempo, com um pezinho lá anos 80. Essa é mais uma característica comum a outras bandas atuais, que são diretamente ligadas sons do punk, post punk e new wave, principalmente The Clash, The Cure e Ramones. As referências retrô-futuristas começam na capa do disco, com um menino que parece ter saído do filme adolescente oitentista e que usa um óculos tão futurista quanto um Super Nintendo. A mesma criança é personagem do clipe de Isso é o Fim, música que promete virar hit da banda.

Isso é o Fim e o bom riff de Todos Juntos, deixam bem claras as influências e a identidade indie rock da banda. La vem a Banda é mais próxima do eletro, com bateria eletrônica e sintetizadores ditando o tom. Em outros momentos do disco, como na faixa Ana, as guitarras fazem um bom trabalho sozinhas. Outro grande momento da estréia do grupo brasiliense e mais uma demonstração do bom uso de sintetizadores é ótima faixa instrumental Issac 2060. Apesar de ser a faixa menos agitada do disco, ela é mais do que um simples interlúdio e reforça a estética “sci-fi in high def” do disco.

Talvez The Pro fizesse mais sentido (e sucesso) se fosse lançado há 2 ou 3 anos atrás, afinal, tanto na música quanto na vida, nada é para sempre e certas coisas ficam datadas bem rapidamente. A demora pode ser culpa das dificuldades que nós sabemos que todas as bandas brasileiras enfrentam. Apesar disso, The Pro é sem dúvidas um disco divertido e bem produzido, que transparece ter sido feito com muito cuidado.  Em momento que esse tipo de música não é mais a novidade que era antes, as canções prendem a atenção tem grande capacidade de fazer sucesso na festinhas especializadas nesse tipo de som.

The Pro (2011, Independente)

Nota: 6.8
Para quem gosta de: Moptop, Sabonetes e Franz Ferdinand
Ouça: Isso é o Fim

[soundcloud url=”http://api.soundcloud.com/tracks/23339777″]

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.