Disco: “There Is a Way”, Dananananaykroyd

/ Por: Cleber Facchi 16/06/2011

Dananananaykroyd
Scottish/Post-Hardcore/Indie Rock
http://www.myspace.com/dananananaykroyd

 

Por: Fernanda Blammer

 

Deve existir algo de muito exótico na água consumida pelos moradores de Glasgow, Escócia. Algum tipo de substância química derramada na central de distribuição de água da cidade ainda nos anos 80 e que perdura até os dias de hoje. Afinal, em mais de 20 anos a cidade foi responsável por apresentar ao mundo algumas das maiores novidades da música. Se nos anos 90 Belle and Sebastian e Primal Scream botaram a cidade no mapa dos grandes “centros musicais”, nos anos 2000 Franz Ferdinand e uma série de outras bandas renovaram a produção local. Fruto da mesma geração e vinda do mesmo município, o sexteto Dananananaykroyd acaba de lançar seu segundo disco, reforçando ainda mais a qualidade das produções vindas da referencial cidade.

Não bastando lançar o elétrico Hey Everyone! em 2009, proporcionando faixas como Wacht This!, Black Wax e Pink Sabbath, a banda – hoje composta por Duncan Robertson, David Roy, Calum Gunn, John Baillie Junior, Paul Carlin e Ryan McGinness – fez com que a própria imprensa talhasse um novo gênero para o trabalho por eles desenvolvido: o Fight-Pop. Embora a dominação não passe de uma brincadeira, talvez ela seja a mais coerente para explicar em que se baseiam as canções radiantes e tomadas por sons entusiasmados que o grupo desenvolve em seus discos.

There Is a Way (2011), segundo trabalho de estúdio da banda escocêsa brinca com a mesma sonoridade catastrófica que o grupo esbanja em sua estreia, dessa vez expondo um tipo de som ainda mais acelerado, melódico e bem humorado.

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Se durante o debutar da banda a presença do produtor norte-americano Machine transportava ao disco um tipo de frequência, que mesmo tomada pela esquizofrenia cômica dos integrantes acabava mantendo certa dose de seriedade, com o novo álbum e a busca por novos locais de gravação trazem ao sexteto uma nova possibilidade de construir suas músicas.

Longe de casa (o álbum foi gravado ao longo de 2010 na cidade de Venice, Califórnia) e acompanhado do experiente produtor Ross Robinson, a banda parece fechar todas as pequenas lacunas que insistiam em aparecer durante sua estreia. Quem observa o vasto currículo de Robinson, que além de ter produzido o clássico Roots do Sepultura em 1996 e  ter atuado ao lado de bandas como Slipknot, Limp Bizkit e Soulfly, logo imagina que o novo álbum do  Dananananaykroyd venha tomado pelo peso e a cruza das guitarras. Um grande engano.

Durante os pouco mais de 40 minutos de duração do disco, Robinson deixa que a banda corra livremente, aumentando sim o peso das guitarras, mas fazendo com que todos os sons venham acoplados de uma musicalidade pop, livre de qualquer compromisso e fundindo as tendências do post-hardcore com o indie rock de maneira natural. O resultado disso está em ver todas as 11 faixas do disco se convertendo em possíveis hits. Da abertura com a faixa Reboot, passando por All Us Authors, Apostrophe e Make A Fist, todo o álbum se representa como uma verdadeira seleção de faixas (quase) comerciais e pegajosas.

There Is a Way (2011)

 

Nota: 7.5
Para quem gosta de: Los Campesinos, Fucked Up e Young Legionnaire
Ouça: E Numbers

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.