Disco: “Verdão e Verdinho”, Macaco Bong

/ Por: Cleber Facchi 25/10/2011

Macaco Bong
Brazilian/Instrumental/Post-Rock
http://www.myspace.com/macacobong

 

Por: Cleber Facchi

Lá se vão mais de três anos desde que Artista Igual Pedreiro transformou a cuiabana Macaco Bong em uma das mais importantes bandas nacionais, apresentando para um incalculável número de indivíduos a força da nova geração de bandas com foco no rock instrumental, ou como preferem apontar, no famigerado pós-rock. Se na época de seu lançamento o álbum revelava uma trinca de indivíduos especializados em espancar seus espectadores com uma sequência de sons bem direcionados e guitarradas épicas, em seu novo EP é o oposto que delimita a obra do trio.

A possível aproximação com o trabalho de bandas como Slint e Mogwai, que tanto caracterizou as primeiras composições do grupo – formado por Bruno Kayapy, Ynaiã Benthroldo e Ney Hugo -, agora ressoa uma sonoridade mais branda, climática e completamente distinta do que há pouco tempo atrás caracterizava os mato-grossenses. É possível até observar uma dose considerável de Explosions In The Sky ao fundo das composições. Sai a instrumentação carregada e brotam nuvens de uma musicalidade introspectiva e essencialmente atmosférica.

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Se há três anos a banda simplesmente gritava através de seus instrumentos, o mesmo não pode ser observado em cada uma das três canções que delimitam Verdão e Verdinho EP (2011, Independente), onde tudo se organiza de forma controlada, com o trio abandonando os berros para se entregar ao diálogo, ou quem sabe até aos sussurros. Se a sonoridade crua de outrora não se faz mais presente, a beleza instrumental, entretanto, permanece inalterada e talvez até melhor resolvida. Em pouco mais de 16 minutos há apenas a sensação de acalento além de mais belo (e renovado) encontro entre a tríade de instrumentos que definem o trabalho da banda.

Da sobriedade convidativa de Morango Tango ao derramar de sons quase melancólicos de Quer-Quero, tudo se orienta sem grandes excessos, com a banda prezando pela organização de um som diminuto, porém tão detalhista e intenso quanto aquele proclamado em suas antigas criações. Se por enquanto o trio não pretende nos impressionar com o sucessor definitivo de sua memorável estréia, pelo menos com o recente EP somos confortados por uma sucessão de acertos, faixas que provavelmente devem apontar o futuro rumo das próximas criações do grupo.

 

Verdão e Verdinho EP (2011, Independente)

 

Nota: 7.7
Para quem gosta de: Hurtmold, Burro Morto e Constantina
Ouça: Morango Tango

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.