Disco: “We Invented Paris”, We Invented Paris

/ Por: Cleber Facchi 07/01/2012

 We Invented Paris
Indie/Alternative/Indie Pop
http://www.weinventedparis.com

Por: Juliana Pinto

 

Tem pouco mais de um ano que o We Invented Paris (descrito pelos próprios membros como um coletivo artístico europeu, baseado na Suíça) botou o pé na estrada. Entretanto, apenas nesse curto espaço de tempo, os meninos conseguiram visitar mais de 50 cidades, fazer cerca de 70 apresentações, incluindo colaborações em shows de grandes nomes do indie pop/rock em 2011 – como o Pains Of Being Pure At Heart. Todo esse compromisso com a música se faz presente no debut da banda, lançado no final de 2011.

O diferencial do We Invented Paris é a personalidade marcante e o conteúdo singular de cada uma das faixas compostas pela banda. Todas as músicas do disco de estréia são heterogêneas e individuais, cada uma com traços próprios, que conseguem dar uma atmosfera diferente da faixa anterior. É muito difícil encontrar uma banda estreante e com pouco tempo de estrada já com tanta carga emocional e maturidade musical. Sem uma narrativa principal definida, o We Invented Paris  (o disco) consegue ser, paradoxalmente, um álbum circular, onde cada faixa se completa.

A sonoridade da banda é extremamente acessível, e surpreendentemente imediata. Dá pra notar isso logo com o primeiro single do trabalho, a polida Iceberg. O registro é cheio de momentos graciosos, suaves, que trazem uma delicadeza notável, uma sensibilidade que se destaca. Durante alguns períodos, o disco pode remeter o ouvinte aos trabalhos antigos do Death Cab For Cutie (principalmente o clássico Plans, de 2005), ao debut do Grouplove (Never Trust A Happy Song, 2011) e até mesmo ao Belong (2011), do próprio Pains Of Being Pure At Heart para quem eles abriram alguns shows.

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Sendo melódico, por muitas vezes triste, o álbum se distancia do sombrio, conseguindo separar muito bem a melancolia da severidade, tratando do assunto de forma leve e elegante, ainda assim não de maneira frágil. É a dosagem perfeita. Não são muitas as bandas que conseguem agregar tantos gêneros diferentes em um só trabalho, mas o We Invented Paris executou essa missão sem qualquer dificuldade. No primeiro disco encontramos folk, indie pop, e diversos subgêneros incorporados num único e tocante registro. Violões que soam eufóricos, guitarras tímidas, batidas contagiantes, uma fórmula velha que o We Invented Paris usou de forma única e acrescentou seu charme e suas melodias que se completam.

Certas faixas têm potencial para serem pop hits, exatamente pela impressão que o We Invented Paris nos passa: a de que a música deles simplesmente flui e por isso mesmo o debut soa genuíno, um trabalho que vale a pena ouvir muitas vezes e aproveitar cada uma delas de um jeito diferente.

Um disco cheio de altos e baixos, que desperta múltiplas sensações. Ele parte da alegria suave e simples, como em Bubbletree, para a inquietação e a angústia, como na última faixa Silence. O We Invented Paris é um álbum de uma banda estreante já bastante à vontade, confortável dentro da sua proposta, verdadeira, criativa, detalhista, e que conseguiu produzir um bom disco, com grandes momentos.

We Invented Paris (2011,  Spectacular Spectacular)

Nota: 7.0
Para quem gosta de: Grouplove, Givers e Death Cab For Cutie
Ouça: Iceberg, Public Places e A View That Almost Kills
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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.