Disco: “Who You Are?”,Jessie J

/ Por: Cleber Facchi 27/02/2011

Jessie J
British/Pop/Female Vocalists
http://www.myspace.com/jessiejofficial

 

Por: Fernanda Blammer

Jessica Cornish é a mais nova aposta para o pop britânico em 2011, assim como tantas Duffys, Clares, Corines ou qualquer outra dessas garotas fabricadas através de fórmulas repetitivas, mas que anualmente são encaradas como novas e inéditas dentro da indústria musical. O material “Jessica” nas mãos de hábeis produtores musicais se converte em Jessie J, uma jovem cheia de sonhos, que almeja alcançar o primeiro lugar nas paradas de sucesso e angariar um fiel grupo de seguidores em todo o planeta. Mas por trás de tudo isso existe alguma coisa realmente relevante?

Depois de alguns sons apresentados em 2010 e muita expectativa favorecida pela imprensa britânica Jessie lança seu primeiro álbum de estúdio, Who You Are? (2011). A fórmula que permeia o disco é uma velha conhecida de quem acompanha a música pop vinda do velho continente. Um misto de pop chiclete, com vocais programados para simular uma diva moderna da soul music, além de toques nada ponderados de música eletrônica fechando cada pequena lacuna das canções. Um método repetitivo, mas que estranhamente ainda agrada e surge de maneira inédita aos olhos e ouvidos de milhões em todo o mundo.

Em tempos de Lady Gaga e cantoras que buscam desesperadamente pela criação de algo que soe inovador é através dos vocais que Jessie J tenta se firmar. Por conta de boas horas de reconstrução em estúdio, a voz da garota chega repleta de efeitos, permitindo que seus vocais tremam, fiquem alongados e deem a ela a possibilidade de parecer uma grande cantora. Basta ouvir Nobody’s Perfect para perceber todos os recursos desenvolvidos até que a “perfeição” fosse alcançada. O fã mais desesperado vai logo correr para defender seu ídolo, mas qualquer um com um mínimo de conhecimento irá perceber a carga absurda de modulações aplicadas dentro desse disco.

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Enquanto Lily Allen fez uma estreia calcada na utilização de elementos do ska e do reggae, Eliza Doolittle entregou de maneira simplista uma bela homenagem a música soul, Jessie J não proporciona absolutamente nada de diferente ao ouvinte. Como se não bastasse a jovem (e seus produtores) foram atrás de tudo que Robyn e seu ótimo Body Talk conseguiram em 2010, claro que de maneira muito mais artificial.

A jovem britânica é uma enganação tão grande, que até seu visual denota um erro. A aparência de mulher forte, adornada por belos cabelos Chanel e maquiagem negra deixam transparecer algo que Cornish não é. Mas independente de todos os problemas, alguns momentos se salvam dentro do disco? Pouquíssimas coisas. Você tem aquela sequência de faixas radiofônicas e dançantes na primeira metade do álbum, enquanto um pop choroso assume o restante, ou seja, o eterno mais do mesmo. Abracadabra vai até servir por alguns dias para você ouvir sem prestar atenção, mas nada que na semana seguinte já não seja esquecido.

Apesar de toda a fúria e crítica que saia sobre esse disco é inevitável o sucesso e os 15 minutos de fama que Jessie J irá angariar. Para quem espera um disco pop, grudento e descartável o álbum é uma boa dica. Já quem busca por um som que dure mais do que uma ou duas semanas, melhor esperar pelos próximos lançamentos.

 

Who You Are? (2011)

 

Nota: 3.0
Para quem gosta de: Lily Allen, Ke$ha e Eliza Doolittle
Ouça: Abracadabra

 

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.