Disco: “Young The Giant”, Young The Giant

/ Por: Cleber Facchi 26/06/2011

Young The Giant
Alternative/Indie/Rock
http://www.myspace.com/youngthegiant

 

Por: Fernanda Blammer

Embora acabe passando de maneira despercebida em um bom número de casos, o tempo e toda a infinidade de possibilidades e elementos que ele traz consigo é uma das características mais fundamentais para que um disco obtenha ou não sucesso. Tentando quebrar essa lógica, os californianos do Young The Giant fazem de sua homônima estreia um disco bem produzido, recheado de boas melodias e canções feitas na medida para os amantes do indie rock, mas por estar deslocado no tempo acaba se tornando um registro impreciso, e que talvez melhor funcionasse há cinco ou talvez dez anos atrás.

2004, o ano em que boa parte do mundo dançava ao som de Take Me Out dos escoceses do Franz Ferdinand, mesmo ano em que diretamente de Las Vegas o quarteto The Killers tomava as paradas norte-americanas com sua surpreendente estreia: Hot Fuss. Incrivelmente, o mesmo ano em que Karen O e seus dois parceiros entregavam ao mundo a estreia do Yeah Yeah Yeahs através do disco Fever To Tell. Em contornos um pouco mais modestos, 2004 é também o ano escolhido para que alguns amigos vindos da ensolarada Irvine dessem vida a sua banda. Nasci ali, sob o Sol forte das terras californianas o Young The Giant, grupo que naquele mesmo ano deveria ter feito sua estreia.

Como nem sempre uma banda tem o poder de escolha necessário para decidir quando seus discos serão lançados, o que dirá um grupo independente, os californianos tiveram de esperar, uma espera de aproximadamente sete anos, até que finalmente seus primeiros singles e um álbum definitivo fossem lançados. Com um contrato assinado com o selo Roadrunner Records (um dos vários braços da Warner Music Group) era só questão de tempo para que o quinteto – atualmente composto por Sameer Gadhia, Jacob Tilley, Eric Cannata, Payam Doostzadeh e Francois Comtois – lançasse sua estreia.

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Com produção do conceituado Joe Chicarelli – que já comandou os trabalhos de nomes como The Shins, Manchester Orchestra, U2, Back e My Morning Jacket -, a banda trouxe ainda em 2010 sua autointitulado estreia, lançada em formato digital e que só agora ganha os contornos em formato físico. Bem polidas, donas de versos agradáveis e uma instrumentação que traz o que há de mais fundamental no rock alternativo norte-americano, o primeiro álbum do TYG agrada, emociona em alguns momentos, mas surtiria muito mais efeito se fosse lançado no fatídico ano de 2004.

Durante quase uma hora de duração, o disco lança para cima do ouvinte uma boa série de acordes, torna possível que faixas como My Body, I Got, Strings ou Apartament se apoderem dos ouvintes, porém não conseguem apresentar nada, absolutamente nada de novo ao sempre mutável cenário musical. A energia exaltada em My Body, por exemplo, facilmente poderia enfrentar os grande singles do The Killers, tomaria posições de prestigio dentro da programação de alguma rádio ou canal de televisão ou tem potencial para se transformar em um hit memorável, contudo, basta uma única audição desta ou de qualquer outra faixa do disco para que o pensamento de “já ouvi isso antes” logo se apodere do ouvinte.

Talvez até não seja culpa dos californianos, que fazem de tudo para que seu primeiro álbum soe de forma entusiasmada e bem ensaiada, mas não há como ouvir o debut do Young The Giant na busca de algo que soe diferente, inédito ou que transpareça frescor. É como tentar repetir algumas sensações ou experiências que só dão certo na primeira vez, você pode até experimentar o mesmo ato posteriormente, mas já sabe que não será como antes. O tempo, mais uma vez se comprovou como elemento essencial para decidir se um disco pode ou não dar certo, e no caso do YTG a resposta está mais do que óbvia.

 

Young The Giant (2011)

 

Nota: 4.0
Para quem gosta de: Britsh Sea Power, Doves e Brakes
Ouça: My Body

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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.