Disco:”Max Baker”, Tijuana Panthers

/ Por: Cleber Facchi 20/01/2011

Tijuana Panthers
Indie/Surf Rock/Lo-Fi
http://www.myspace.com/tijuanapanthers

O Tijuana Panthers é sem dúvidas uma dessas bandas oportunistas. Vendo a força que as canções de bandas indie com toques de surf music estavam tendo dentro do cenário alternativo resolveram criar o seu próprio grupo de… surf rock. O resultado se vê no primeiro álbum de estúdio do trio, Max Baker (2010), em que a banda se joga com tudo no clima do verão, tira fotos de divulgação com câmeras Polaroid, usa shorts com camisa listrada, faz bronzeamento artificial e ainda acha que faz música.

O álbum chupa até o caroço das influências dos anos 60 e da retomada da sonoridade surf nos anos 2000. Porém, é só isso. Uma cópia descarada de tudo que já foi feito, o básico, do básico e sem uma única gota de inspiração e renovação. Sem mesmo ouvir o disco você já pode imaginar as canções. Aquela guitarrinha tradicional que faz as meninas com maiô de bolinha dançar na praia, o baixo climático que vai pontuando a canção e a bateria que poderia ser resumida aos pratos. Some os vocais com um pouco de eco e pronto, você tem o som do Tijuana Panthers.

Vindos de Long Beach na Califórnia (ahhhhh, por favor, não podiam ser menos clichê?) o trio formado por Chad, Phil e Daniel deve ter usado de muita substância tóxica além de uma série de insolações quase fatais para só depois de terem ouvido Beach Boys pela primeira vez, e ao acaso, resolverem montar uma banda e partir para a “carreira artística”. Porém, a banda é tão amadora e não consegue inovar em praticamente nada, que vergonha é pouco para definir seu som.

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OK, mas como inovar através de um estilo que surgiu a mais de cinquenta anos? Simples. Três bandas como exemplo: Best Coast, Wavves e Real Estate. A primeira formada pelo casal de amigos Bethany Cosentino e Bobb Bruno se vale da mesma fórmula do Tijuana Panthers, porém acrescentou muito mais sonoridade pop às composições, além de letras adolescentes e um ritmo que realmente empolga. Já o Wavves de Nathan Williams suja o climão de praia com suas guitarras noise quase inaudíveis enquanto o Real Estate se prendeu nos detalhes, compondo um álbum muito mais introspectivo. Já o Tijuana Panthers…

Tudo bem, o álbum não é uma vergonha total. Quando o grupo acelera suas guitarras e o baterista descobre que o seu instrumento não é formado só pelos pratos a banda até consegue alguns acertos, como a ótima This Town. Contudo o excesso de erros é o que prevalece. Uma sucessão de canções repetitivas, de pura monotonia e cópias descaradas. Quando a banda chega na canção Angie é praticamente o cúmulo do insuportável. A voz gemida do vocalista causa um asco inacreditável, se aquilo é uma declaração de amor então é melhor sentir pena da musa inspiradora.

Com tantas boas referências como o Girls, The Drums, Surfer Blood e as bandas citadas acima é praticamente inacreditável que um trio como o Tijuana Panthers consiga lançar algo tão constrangedor como esse Max Baker. Melhor sorte da próxima vez e cuidado com o excesso de Sol na cabeça.

Max Baker (2010)

Nota: 5.0
Para quem gosta de: The Drums, Surfer Blood e Best Coast
Ouça: This Town

Por: Fernanda Blammer

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.