Especial Planeta Terra Festival: Bombay Bicycle Club

/ Por: Cleber Facchi 06/10/2011

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Com o dia cinco de novembro se aproximando e com ele a chegada da nova edição do Planeta Terra Festival, nada melhor do que começar o aquecimento para aquele que é um dos maiores festivais de música do país. Depois de ter todos os ingressos vendidos em apenas 14 horas (um recorde para o evento), em sua nova edição o festival que será realizado mais uma vez no Paycenter em São Paulo deve seguir a mesma fórmula dos outros anos, oferecendo uma boa programação musical e uma organização impecável. Se você vai ao festival, mas ainda não conhece todas as bandas que irão se apresentar, não fique preocupado, afinal, durante os próximos dias vamos apresentar diariamente uma das atrações que tocarão no evento. Hoje: Bombay Bicycle Club.

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Formada em 2005 no bairro de Crouch End, ao norte de Londres, o Bombay Bicycle Club é provavelmente um dos poucos grupos britânicos lançados na última década que conseguiram se esquivar das predisposições ao revival pós-punk que tomou conta de todo o Reino Unido naquele período. Unindo guitarras tocadas por uma naturalidade dançante e descompromissada, a banda formada por Jack Steadman, Jamie MacColl, Suren de Saram e Ed Nash levou certo tempo até ser finalmente descoberta pelo público e pela imprensa local, entretanto, assim que os primeiros singles do grupo acabaram pintando pela rede, bem como seus shows sempre entusiasmados o sucesso foi imediato, com o quarteto se transformando nos mais novos queridinhos da cena inglesa.

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I Had the Blues But I Shook Them Loose (2009, Island)

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Primeiro registro em estúdio da banda britânica, I Had the Blues But I Shook Them Loose rapidamente caiu no gosto popular, garantindo ao grupo uma série de apresentações em diferentes festivais britânicos, além de uma boa repercussão na mídia. Desenvolvido inteiramente em cima de guitarras tomadas por uma força cativante, acordes convidativos e versos típicos de pós-adolescentes, o registro se desenrola de maneira fácil, promovendo um conjunto de 12 canções facilmente assimiláveis, capazes de grudar nos ouvidos em uma única audição. Lembrando em alguns momentos uma versão menos ponderada do primeiro álbum do The Maccabees, o disco vai lançando uma sequência de bons hits, faixas como a radiante Magnet, com suas guitarras aceleradas, Always Like This com sua temática moderada ou mesmo Evening/Morning, com seus versos e seus ritmos projetados de maneira sempre crescente.

Flaws (2010, Island)

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Lançado um ano após o primeiro álbum da banda, Flaws, segundo disco do BBC mostra logo em sua faixa de abertura uma clara mudança na sonoridade que acompanha as composições da banda. As guitarras são parcialmente deixadas de lado, com o quarteto investindo intensamente no uso de violões e uma sonoridade muito mais centrada na música folk. Instrumentalmente mais ponderado, o registro conta com um forte investimento nas letras das 11 canções, que substituem os pequenos casos de amor de outrora por temáticas mais maduras, compactuando com o bem executado jogo de vozes que se instala no interior do registro. Além de apresentarem uma série de composições totalmente inéditas, o quarteto ainda tira um tempo para trabalhar em duas inusitadas versões. A primeira é Fairy Tale Lullaby do músico conterrâneo John Martyn, já a segunda é Swansea, da norte-americana Joanna Newsom.

A Different Kind of Fix (2011, Island)

Muito embora as guitarras estejam de volta ao trabalho da banda em A Different Kind of Fix, os rumos escolhidos pelo quarteto inglês são completamente distintos daqueles projetado através do primeiro álbum do grupo. Possivelmente o registro mais maduro já apresentado pelos britânicos, o álbum vem reforçado por uma sonoridade quase sombria, repleto de letras melancólicas, além de uma ambientação instrumental reclusa. Mesmo diferente, o álbum em nenhum momento exclui a possibilidade da banda se cercar de composições fáceis, faixas carregadas por versos acessíveis e melódicos, algo que fica mais do que estabelecido logo na música de abertura do registro, How Can You Swallow So Much Sleep. Mais extenso trabalho do quarteto, o álbum é também aquele que apresenta uma sonoridade melhor desenvolvida, com o grupo se apoiando em canções recheadas por guitarras mais densas e uma linha de baixo que amarra todas as músicas do disco.

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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.