Especial Planeta Terra Festival: Garotas Suecas

/ Por: Cleber Facchi 11/10/2011

.

Com o dia cinco de novembro se aproximando e com ele a chegada da nova edição do Planeta Terra Festival, nada melhor do que começar o aquecimento para aquele que é um dos maiores festivais de música do país. Depois de ter todos os ingressos vendidos em apenas 14 horas (um recorde para o evento), em sua nova edição o festival que será realizado mais uma vez no Paycenterem São Paulodeve seguir a mesma fórmula dos outros anos, oferecendo uma boa programação musical e uma organização impecável. Se você vai ao festival, mas ainda não conhece todas as bandas que irão se apresentar, não fique preocupado, afinal, durante os próximos dias vamos apresentar diariamente uma das atrações que tocarão no evento. Hoje: Garotas Suecas.

_________________________________________________________________________________________________________

.

Há de tudo no grande catálogo de sons que tomam conta da obra da Garotas Suecas. Jovem Guarda se encontra com o Garage Rock, Surf Music esbarra no Funk, Rock clássico toca de leve na psicodelia, tudo isso enquanto versos talhados de forma pop e bem humorada vão se alojando no interior de cada composição. Fundada em meados de 2005, o grupo paulista foi lentamente tomando destaque através da imprensa especializada brasileira, lançando alguns pequenos singles, EPs, até a chegada de seu tão aguardado primeiro álbum. Formada por Guilherme Saldanha (vocal), Tomaz Paoliello (guitarra e vocal), Irina Bertolucci (teclado e vocal), Fernando Freire (baixo e vocal), Antonio Paoliello (bateria e vocal) e Sergio Sayeg (guitarra), a banda é de longe um dos projetos mais entusiasmados que surgiram em solo tupiniquim na última década.

Difícil de Domar EP (2008, Independente)

.

Primeiro grande condensado de sons da banda, o EP Difícil de Domar consegue demonstrar todo o poderio da Garotas Suecas logo em seus momentos iniciais. A tríade de abertura composta por Difícil de Domar, Efervescente e Não Espere Por Mim em nenhum momento poupam no uso de boas e sonoras guitarras, teclados calibrados por pequenos efeitos, e, claro, o bem instruído corpo de vozes que vai aos poucos formando cada mínima composição presente no disco. O curto trabalho, entretanto, reserva ainda um grandioso caleidoscópio de sons e sensações múltiplas. Do romantismo exacerbado na dolorosa e assumida Ninguém Te Ama Como Eu ao bom humor entalhado em referências aos anos 60 em Bacana, Bacana, cada mínimo espaço dentro do disco vem preenchido por uma intensa e bem distribuída sequência de sons e versos feitos para colar nos ouvidos do audiente.

Dinossauro (2009, Independente)

Considerado o primeiro EP oficial do grupo, Dinossauro surge como um trabalho mais límpido, melhor organizado e dono de uma boa sequência de grandes sons. Logo de cara a banda manda uma série de teclados ascendentes e uma percussão efusiva através da música Bugalu, mantendo ativa sua ligação com a década de 1960, porém, transparecendo certo toque de modernidade em suas composições. Composto de cinco rápidas (e certeiras) canções, o divertido disco alcança seu ápice com a chegada da estrondosa Meu Codinome É Dinamite. Unindo um belo naipe de metais, os eficientes teclados de Irina, além de todo o jogo de calorosos instrumentos que definem a sonoridade do grupo, a faixa segue em fluxo crescente e suingado, se ligando diretamente aos sons exaltados nos anos 70.

Escaldante Banda (2010, American Dust)

.

Lançado sob muita expectativa, o primeiro álbum do sexteto paulistano faz mais do que jus a seu título, Escaldante Banda, afinal, cada uma das dez canções que se abrigam no disco chegam carregadas de brasilidade e um toque puramente caloroso. Seguindo os mesmos passos do anterior EP da banda, o registro segue de maneira empolgante até seus últimos momentos, servindo para diluir todas as referencias do grupo de forma madura e bem projetada. Ao abrir do disco com a dançante Tudo Bem, passando pelo bem executado jogo de sensações na romântica Ela, ao bom humor de Você Não é Tudo Isso Meu Bem, até a calmaria final de Sunday Night Blues, tudo dentro do álbum se apresenta de maneira bem encaixada concisa e incrivelmente viciante. Lançado pelo selo norte-americano American Dust, o álbum tem como seu único “defeito” a capacidade de deixar o ouvinte simplesmente sem fôlego.

.

.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.