Especial Planeta Terra Festival: The Strokes

/ Por: Cleber Facchi 18/10/2011

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Com o dia cinco de novembro se aproximando e com ele a chegada da nova edição do Planeta Terra Festival, nada melhor do que começar o aquecimento para aquele que é um dos maiores festivais de música do país. Depois de ter todos os ingressos vendidos em apenas 14 horas (um recorde para o evento), em sua nova edição o festival que será realizado mais uma vez no Paycenterem São Paulodeve seguir a mesma fórmula dos outros anos, oferecendo uma boa programação musical e uma organização impecável. Se você vai ao festival, mas ainda não conhece todas as bandas que irão se apresentar, não fique preocupado, afinal, durante os próximos dias vamos apresentar diariamente uma das atrações que tocarão no evento. Hoje: The Strokes.

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Formada na virada para os anos 2000 por cinco jovens nova-iorquinos, o Strokes é provavelmente um dos 10 mais influentes projetos musicais que surgiram ao longo da última década. Revivendo a mesma sonoridade montada pelos principais representantes da cena independente dos anos 70 – Television principalmente -, o grupo formado por Julian Casablancas, Albert Hammond Jr, Nick Valensi, Nikolai Fraiture e Fabrizio Moretti conseguiu novamente trazer destaque ao rock alternativo, naquele momento oculto pela popularidade dos grandes grupos de música pop e da crescente presença do hip-hop norte-americano. Donos de quatro registros em estúdio, hoje a banda segue em busca de um som menos voltado ao rock de garagem que lhes trouxe destaque, fazendo uso de uma sonoridade parcialmente entregue aos sons da New Wave.

Is This It (2001, RCA)

Após a boa repercussão gerada através do elogiado EP Modern Age, a banda não tardou a apresentar seu aguardado disco de estreia, Is This It. Lançado em 30 de julho de 2001, o registro surgiu como um grande marco para uma série de bandas que a partir daquele momento começariam a brotar por todo o mundo. Unindo guitarras robóticas, versos típicos de pós-adolescentes, além de uma naturalidade sonora que parecia esquecida no mundo da música, os cinco nova-iorquinos foram rapidamente catapultados para o topo dos grandes expoentes do rock alternativo, se transformando em figuras garantidas em alguns dos mais importantes festivais e eventos de música do ano. Influente até seus últimos segundos, o disco é também o maior catálogo de grandes composições da banda, que reserva para o álbum faixas como The Modern Age, Barely Legal, Hard To Explain e Last Nite.

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Room On Fire (2003, RCA)

Lançado sob muita expectativa, Room On Fire deu aos seguidores da banda a garantia de que pelo menos por enquanto o Strokes ainda conseguia desenvolver bons frutos musicais. Menos cru que o registro de estreia da banda, o álbum ressalta ainda mais a figura dos demais integrantes do quinteto, e não apenas Julian Casablancas, naquela época apontado como uma das maiores vozes do mundo da música. Entre clássicos como Reptilia e 12-51, o disco flui de maneira natural, promovendo mais uma série de boas guitarras, riffs estonteantes e vocais que imediatamente grudavam no cérebro do ouvinte. Produzido por Gordon Raphael, o álbum figurou com destaque pela imprensa mundial, garantindo boas criticas e mais uma vez firmando o grupo como um dos maiores daquele período.

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First Impression Of Earth (2006, RCA)

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Após um curto período de hiato – que garantiu aos integrantes do grupo a possibilidade de investir em seus primeiros trabalhos em carreira solo -, em 2006 abanda voltaria com First Impression Of Earth, terceiro e até então mais distinto trabalho do Strokes. Menos tomado pelo indie rock acelerado dos dois primeiros álbuns, o registro apresenta o quinteto em contornos renovados, investindo no uso de guitarras nada robóticas e uma musicalidade profundamente afundada nos anos 70. Penoso em alguns momentos, o álbum evidencia alguns claros sinais de cansaço da banda, que parecia necessitar urgentemente de novas férias. Mesmo pouco empolgado o registro consegue apresentar algumas boas composições, faixas como You Only Live Once e Juicebox, que acabariam se transformando em pequenos clássicos dentro da discografia do quinteto nova-iorquino.

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Angles (2011, RCA/Rough Trade)

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Depois de cinco anos sem qualquer registro inédito, Angles marcava a esperada volta do Strokes, não mais inspirado nas velhas experiências de outrora, mas em um novo jogo de tendências musicais. O garage rock ainda está lá, como uma espécie de plano de fundo musical, possibilitando que a banda experimente novas sonoridades, algo bem expresso logo na faixa de abertura, Machu Picchu. Muito embora faixas como Under Cover Of Darkness e Taken For A Fool puxem os rumos do trabalho para próximo dos anteriores lançamentos do grupo, em sua totalidade o disco acaba transportando a banda para princípios dos anos 80, temperando o trabalho com boas doses de sintetizadores e um tipo de sonoridade quase nostálgica.

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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.