Experimente: O Terno

/ Por: Cleber Facchi 22/05/2012

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Não há uma década que não tenha sido tão reaproveitada, copiada e desrespeitosamente revista musicalmente quanto a de 1960. De grandes metrópoles à cidadezinhas, vai sempre existir um grupinho fanático por Beatles, The Doors, Rolling Stones e The Who, três ou quatro amigos interessados na mesma sonoridade que aflorou naqueles anos. Fanáticos que cedo ou tarde resolvem montar uma banda influenciada por esse nostálgico tipo de som. Entretanto, o que seria algo genial na cabeça dos garotos, acaba se revelando como um eterno mais do mesmo, afinal, são raras as bandas capazes de ir além das influências arquitetadas naqueles tempos e trazer algo de verdadeiramente novo para os dias de hoje. Estranho notar, mas é exatamente com isso que lida a banda paulistana O Terno, que ao brincar com os clichês marcados do rock clássico e da tropicália encontram uma mistura cômica e capaz de atrair mesmo os mais exigentes ouvintes.

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Descaradamente influenciados por Beatles, Os Mutantes, Caetano Veloso e tantos outros que escreveram seus nomes naquele período, o grupo formado por Tim Bernardes (voz e guitarra), Guilherme “Peixe” (baixo) e Victor Chaves (bateria) olha para o passado, mas sem esquecer de manter os pés bem fixos no presente, resultando em uma sonoridade que atravessa décadas e acaba por soar estranhamente renovada em nossos ouvidos. Próximos de lançar o primeiro disco de estúdio, a banda dá uma mostra do que será encontrado no registro graças ao clipe de 66, faixa que dá nome ao álbum – que será lançado em junho – e deixa firme a questão: “Me diz meu Deus o que é que eu vou cantar? Se até cantar sobre ‘me diz meu Deus o que é que eu vou cantar’ já foi cantado por alguém?”

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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.