Lari Pádua: “Concrete”

/ Por: Cleber Facchi 24/03/2016

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Quando surge uma artista talentosa, que mistura Trip Hop com o novo R&B, isso em terras tropicais, temos que ficar de olho. Da selva de concreto para o mundo, Lari Pádua, uma cantora e produtora criativa que resolveu abusar das combinações de batidas quebradas, sintetizadores intimistas e uma voz doce, que deu como resultado o seu EP de estréia. Concrete nada mais é que um registro minimalista com cinco canções experimentais, lançado essa semana, mas que promete ficar muito tempo em nossos ouvidos. Produzido pela artista com alguns instrumentos e software de produção Logic, Larissa recria e distorce elementos, criando uma atmosfera pessoal e de certa forma orgânica.

Concrete é o primeiro trabalho solo de Lari Pádua e foi inspirado nos ensaios fotográficos feito por Pádua há alguns anos atrás sobre a cidade de São Paulo. A arquitetura da cidade fez pensar sobre as relações humanas, elementos e atitudes como concreto, conexões pessoais, corrosão ao longo do tempo e como reagimos a este processo, a construção de bloqueios ao nosso núcleo, com medo de ser exposto ao mundo. Depois de estudar cinema e fotografia, acabou voltando para o mundo da música, no qual apesar de já tocar diversos instrumentos, achava que não era possível criar algo que fosse apreciado ou que transmitisse suas ideias. Com o passar dos anos e com uma experiência com audiovisual, criou uma banda com um amigo, com foco em trilhas sonoras, mas a inspiração tomou conta de Larissa, que começou a produzir seu EP solo, fugindo de sons comerciais e transmitindo seus sentimentos atuais.

Influenciada por artistas como The XX, Sigur Rós, Massive Attack, Frank Ocean e Flume, a mulher de 26 anos, também é ouvinte assídua de ritmos e gêneros como música clássica, jazz, rock, hip-hop e house music, por isso pode ser ouvido elementos de cada estilo diferente nas camadas desse pequeno registro. No fim, a multi-instrumentista, abusou de bases eletrônicas, de sua afinidade com a guitarra e de sua voz por vezes falha, mas muito carismática e até sensual, criando uma obra pra nenhum fã de James Blake ou Portishead botar defeito. O disco está disponível gratuitamente para audição nas redes sociais da artista.

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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.