Miojo Indie Apresenta: Apostas 2012

/ Por: Cleber Facchi 29/12/2011

Por: Cleber Facchi

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Bangs
Mogi Das Cruzes, São Paulo
http://tramavirtual.uol.com.br/bangs

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Desde que o Vanguart inaugurou a onda do folk rock nacional em meados da década passada que uma infinidade de grupos vem tentando ocupar um posto próprio e de destaque dentro desse cenário, feito que nenhuma banda conseguiu estabelecer até agora. Longe dessa necessidade de auto-afirmação, o quarteto Bangs surge trilhando um caminho individual e, consequentemente, de destaque, encontrando no uso de melodias acessíveis e dotadas de certo perfume vintage a unidade instrumental necessária para figurar como um dos grandes representantes do estilo. Divididos entre Bob Dylan, Mutantes e uma fina dose de Ryan Adams, a banda – que já conta com um ótimo EP – faz um típico som que dialoga com as referências estrangeiras, porém, se mantém dialogando ativamente com a música brasileira.

Ouça: [soundcloud url=”http://api.soundcloud.com/tracks/10043893″]

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Gangue do Eletro
Barcarena, Pará
http://soundcloud.com/gangdoeletro

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Perdoem os fãs de Banda Uó, mas se existe um projeto que realmente sabe trabalhar o electromelody de forma madura e bem projetada, este é o grupo paraense Gang do Eletro. Sob os comandos do experiente DJ Waldo Squash (gênio por trás de um sem número de hits que por lá ecoam com evidência), o grupo já vem trilhando uma carreira de destaque pelo norte do país, circulando em festivais de renome e promovendo uma música que se divide entre o dançante e o cômico. Entre teclados coloridos, letras grudentas e batidas montadas para a dança, a banda parece desenvolver um som capaz de se relacionar calorosamente com o clima quente do verão, algo que faixas como a divertida Indiana do Pop ou Tributo a Carmen Miranda (no melhor estilo João Brasil de ser) acabam revelando.

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Ouça: [soundcloud url=”http://api.soundcloud.com/tracks/25630411″]

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Gaby Amarantos
Belém, Pará
http://gabyamarantos.com/

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Se os gringos têm Beyoncé e Lady Gaga, então desculpem, mas nós temos Gaby Amarantos. Diva do eletrobrega e espécie de combatente das rainhas do axé music (alguns a chamam da anti-Ivete), Amarantos conseguiu ao longo dos últimos meses um feito raro em se tratando da música tupiniquim. Ao mesmo tempo em que se prepara para se transformar no novo ícone da música pop nacional – circulando com destaque tanto em rádios como na trilha sonora de novelas -, a paraense acabou se convertendo em uma espécie de ícone cult, caindo no gosto dos moderninhos/hipsters de plantão, que encontraram na “Beyoncé do Pará” uma cantora pop e autêntica. Utilizando do hit Xirley Xarque e os Malacos da TF como música de apresentação, Amarantos prepara para o começo do ano o primeiro registro em estúdio, álbum que conta com a presença de Fernanda Takai, Thalma de Freitas e a direção artística de Carlos Eduardo Miranda.

Veja:

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=niGt6fhwMtA&w=640&h=360]

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Homemade Blockbuster
Curitiba, Paraná
http://homemadeblockbuster.tnb.art.br/

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Munidos de guitarras marcadas pelo suingue (pense em um Holgermenos africanizado), um toque leve de dance punk e versos grudentos que se relacionam diretamente com qualquer grupo de indie pop sueco, a banda paranaense Homemade Blockbuster parece o tipo de artista pronto para exportação. Utilizando do clipe de Heartlights como carro chefe, os curitibanos já circularam com destaque em uma série de publicações nacionais, feito mais do que justo em se tratando do competente ritmo alavancado pela banda, que encontra ainda através de faixas como Sweet Boys Sweet Girl e Dance Moves uma musicalidade acessível, porém, não óbvia. Sempre cantando em inglês e promovendo um som que funciona tanto dentro como fora das pistas, a banda deve circular com ainda mais destaque no decorrer do próximo ano.

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Veja:

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=Kx3QIH9jF_g&w=640&h=360]

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Go Spaceship
São Paulo, São Paulo
http://soundcloud.com/gospaceship

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Sabe aquele electro pop pegajoso que os gringos despejam por aqui diariamente? Pois saiba que a dupla Go Spaceship sabe como desenvolver algo do gênero, porém, ainda melhor e original. Protegidos por imensos paredões de sintetizadores, os irmãos Luciano e Ricardo partem em busca do que gente como MSTRKRFT, The Sunshine Underground, SebastiAn e tantos outros desenvolveram ao longo da última década, resultando em um produto comercial que parece destinado para as pistas. Entre excelentes remixes para gente como Yelle e Foster The People, o duo aproveita para desenvolver composições próprias, algo bem explorado em músicas como No More Lies, Reconfigurated e principalmente através do hit Bang Bang, uma dessas composições colossais e capazes de levar uma pista de dança ao extremo.

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Ouça: [soundcloud url=”http://api.soundcloud.com/tracks/2837938″]

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Jaloo
Belém, Pará
http://soundcloud.com/jaloo/

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É possível ressaltar dois tipos de produtores quando o assunto é remixagem. Enquanto uma primeira parcela (a maior) se atém a modificar a composição – seja ela qual for – de forma comercial e aberta ao grande público, a outra metade (a menor) parece se concentrar em deixar sua marca, proporcionando real sentido ao significado da palavra remix. O DJ paraense Jaloo é obviamente fruto desse segundo grupo, afinal, em cada uma de suas (re)criações há sempre uma marca presente, uma sonoridade que transita de maneira despretensiosa entre o electrobrega e o pop. Sempre utilizando dos ritmos locais para ressaltar a música por ele anunciada, o produtor conseguiu transformar figuras como Robyn, Amy Winehose e Rihanna em personagens típicas da música nortista brasileira, acrescentando em cada composição um tipo de especiaria musical que parece conhecida apenas por ele.

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Ouça: [soundcloud url=”http://api.soundcloud.com/tracks/15056418″]

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Medialunas
Porto Alegre, Rio Grande do Sul
http://tramavirtual.uol.com.br/medialunas/

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De um lado as guitarras duras e sempre intensas de Andrio Maquenzi (ex-Superguidis), esboçando toda a conexão do músico com os primeiros discos do Foo Fighters ou o Sonic Youth pré-Dirty. No lado oposto, as distorções sufocantes e quase inaudíveis de Liege Milk (Loomer e Hangover), explicitando através dos pedais todo um monumental (e intransponível) conjunto de ruídos que ao se encontrar com a sonoridade proposta pelo amado gera a receita exata para o trabalho do Medialunas. Entre acordes marcados pela sujeira e guitarras que se movimentam como serras elétricas, o casal vai de maneira interessante se conectando a todos os sons exaltados ao longo da década de 1990, utilizando das letras sempre adultas de Maquenzi como um mecanismo de atualidade, evitando que a banda se anuncie única e simplesmente como uma mera cópia das guitar bands que explodiram há duas décadas.

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Ouça: [soundcloud url=”http://api.soundcloud.com/tracks/15747337″]

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Tereza
Niterói, Rio de Janeiro
http://www.atereza.com/

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Por mais que as anteriores criações do grupo carioca Tereza já dessem conta de explicar suficientemente todo o poderio da banda, é somente com a chegada de Onça EP, segundo grande registro do quinteto, que temos um material concreto do que o grupo pode fornecer. Fazendo um rock grandioso com letras maduras (e em português), a banda segue a todo custo se desvencilhando das armadilhas que corrompem boa parte dos grupos iniciantes, fazendo das três bem estruturadas canções do disco uma passagem para um som poderoso e nunca convencional. Longe da herança deixada pelo Los Hermanos ou de qualquer grande fenômeno do saturado rock britânico, os cariocas optam de maneira assumida por uma sonoridade e versos que são realmente deles, talvez seja por isso que ao ouvirmos músicas como Siris e Arariboia seja tão difícil não se deixar conduzir pela levada característica do quinteto.

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Veja:

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=is086AvG8Dk&w=640&h=360]

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Tipo Uísque
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro
http://www.tipouisque.com/

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Ao que tudo indica 2012 será o ano da consagração para o sexteto carioca Tipo Uísque. Promovendo um indie rock dançante e carregado de sintetizadores multicoloridos (esqueça o Cansei de Ser Sexy), o grupo já tem em sua agenda a presença garantida no festival Lollapalooza, em abril do próximo ano, festival que deve apresentar ao grande público do evento todo o trabalho da banda formada por Pin Boner (vocal), Line (teclados), Larissa Conforto (bateria), Joana Cid (baixo), Gabriel Salazar (guitarra) e Gabriel Ventura (guitarra). Detentores de um bem produzido EP – o dançante Afague, de cinco faixas -, o grupo parece concentrar todos os elementos necessários para passear com destaque pelo cenário alternativo brasileiro, algo que eles justificam tanto com a pegada eletrônica de Factitious como ao fazer uso de um rock repleto de boas guitarras em Eyes For Eyes.

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Veja:

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=7YfGbGRglhk&w=640&h=360]

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Some Community
São Paulo, São Paulo
http://www.myspace.com/somecommunity

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Depois de já ter aberto para bandas como The Pains Of Being Pure At Heart e Ariel Pink’s Hunted Graffiti, o quinteto paulistano Some Community deve conquistar ainda mais destaque no próximo ano. Fazendo um rock maduro que se afasta da pegada eletrônica que caracteriza grande parte dos grupos conterrâneos, a banda se orienta em busca de um som mais sério, condensando guitarras impregnadas por uma influência direta do Sonic Youth. No meio desse jogo de distorções límpidas (se é que isso é possível) fluem vocais melódicos e letras nada adolescentes, no meio disso um teclado despojado, garantindo certa dose de suavidade ao projeto e consequentemente uma aproximação maior com o público menos preparado. Divididos entre o pop e conceitual, a banda já parece mais do que preparada para soltar o primeiro disco.

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Veja:

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=t4vVZLofVLg&w=640&h=360]

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Subburbia
Curitiba, Paraná
http://soundcloud.com/subburbia

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Com uma apresentação ao vivo digna de superar bandas veteranas, além da música pegajosa que parece feita colar nos ouvidos do espectador, a curitibana Subburbia é a resposta mais acertada aos que procuram por boas somas de guitarras ruidosas e uma unidade pop que se desvencilhe dos excessos do gênero. Atentos ao que rola no cenário gringo norte-americano, o grupo é capaz de promover um noise pop despojado e que carrega nos vocais dicotômicos de Emil e Penny toda a somatória de versos bem planejados da banda. Situados em algum ponto entre a new wave obscura dos anos 80 e as distorções cacofônicas do Sleigh Bells, o grupo vai além (muito além) de um mero seguidor das tendências musicais inauguradas pelo CSS há uma década, promovendo um som que é sim dançante e despojado, mas que mantém na sobriedade entre os elementos o grande ponto de apoio de todo o projeto.

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Veja:

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=bl4a7KnMVHc&w=640&h=360]

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YouDoMeToo
São Paulo, São Paulo
http://soundcloud.com/youdometoo

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She & Him se encontrando com as esquisitices do Cocorosie, Bright Eyes temperado com muito açúcar, Regina Spektor dissolvida em um universo pueril, assim é o trabalho da dupla paulistana YouDoMeToo. Formada por Nat de Abreu e Luna May, o projeto realça de maneira suave uma música folk cor de rosa que parece promover a trilha sonora exata para uma manhã ensolarada. Mesmo com poucas músicas – todas enquadradas em excelentes clipes –, o casal consegue em poucos segundos transportar o ouvinte para um universo mágico de sensações sempre acolhedoras. Através da voz doce de May (que segue sempre acompanhada de seu fiel parceiro) temas como amor e separação ganham um novo significado, muito mais radiante e encantador.

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Veja:

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=uvYBatIczQk&w=640&h=360]

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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.