Miojo Indie Mixtape 9.0 “Rock & Brazilian Rock Edition”

/ Por: Cleber Facchi 12/07/2011

 

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Aproveitando que o mês de julho é o mês do rock – caso você não saiba o motivo clique aqui e descubra -, nós do Miojo Indie não poderíamos deixar a data passar sem preparar uma seleção com algumas das nossas canções favoritas do gênero que nos acompanha diariamente em nossas modestas vidas. Para isso trouxemos duas novas mixtapes, a primeira destinada exclusivamente ao rock internacional (Miojo Indie Mixtape 9.0 Rock Edition), abrangendo diferentes períodos da música. Já a segunda (Miojo Indie Mixtape 9.1 Brazilian Rock Edition) traz um apanhado só de composições nacionais, trazendo um apanhado de boas faixas produzidas na última década (ou nos últimos meses). Escolha sua mixtape, aumente o volume ao máximo e se prepare para o bom e velho ROCK!

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#01. Belong – The Pains Of Being Pure At Heart

Recentemente lançada, Belong abre a mixtape com sobriedade, nos preparando lentamente para o emaranhado de guitarras sujas e cargas densas de distorção que vem em seguida. Retirada do último álbum dos nova-iorquinos do The Pains of Being Pure at Heart, a canção (que dá nome ao disco) funciona como uma verdadeira ode ao rock dos anos 90, sem necessariamente perder sua identidade.

#02. I’m Waiting For The Man – The Velvet Underground

Mergulhando fundo na década de 1960 surge a poderosa I’m Waiting For The Man, faixa que mantém seu ritmo frenético e constante do princípio ao fim. Lançada no clássico The Velvet Underground & Nico, a canção descreve exatamente o ponto de vista de um comprador de heroína, esperando pela chegada de seu fornecedor. Polêmica na época de seu lançamento e um clássico nos dias de hoje.

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#03. Debaser – Pixies

Entre gritos, coros de vocais, um baixo pulsante e muitas guitarras, Frank Black e seus parceiros transformam Debaser em uma das canções mais poderosas da história do rock. Retirada do clássico absoluto do Pixies, Doolittle de 1989, a canção surge como uma espécie de homenagem ao filme Um cão Andaluz, de Luiz Buñuel, resultando em uma faixa tomada por versos nonsenses e caóticos feitos para serem berrados.

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#04. The Other Shoe – Fucked Up

Parte da Ópera Rock do Fucked Up, The Other Shoe vem como uma sucessão de guitarras estrondosas, sempre em orientação crescente, além dos vocais escarrados de Damian Abraham. Melódica, mas sem perder suas propriedades pesadas e catastróficas, a canção vem de maneira a literalmente espancar o ouvinte. A música faz parte do último álbum do grupo canadense, David Comes To Life (2011).

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#05. Toutch Me I’m Sick – Mudhoney

Se existe uma canção capaz de duelar contra Smells Like Teen Spirit pelo título de grande hino do movimento grunge, esta é Toutch Me I’m Sick. Rápida e suja (tanto em seus versos, quanto em sua instrumentação), a faixa é uma das maiores pérolas do Mudhoney, que não poupou esforços em movimentar toda sua instrumentação de maneira anárquica. É quase possível visualizar Mark Arm cuspindo seus versos enquanto se perde em meio a guitarradas quase inaudíveis.

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#06. See No Evil – Television

Guitarras, baixo e uma bateria levemente dançantes, versos fáceis e pegajosos, além de um certo ar de descompromisso, assim é See No Evil, clássico do grupo nova-iorquino Television. Faixa de abertura do poderoso Marquee Moon (1977), a canção é um dos muitos clássicos que delimitariam a música alternativa nos anos 70. Mais de trinta anos após seu lançamento a faixa permanece tão atual e radiante quanto em sua estreia.

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#07. Over It – Dinosaur Jr

Símbolos do rock alternativo na década de 90, o Dinosaur Jr foi um dos grupos responsáveis por trazerem de volta solos de guitarras e uma instrumentação verdadeiramente roqueira para dentro da música norte-americana. Após anos em hiato a banda voltou com sua formação original, dando uma verdadeira aula do que realmente é fazer música. Over It, faixa retirada do clássico moderno Farm (2009) é um belo exemplo disso.

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#08. Cannonball – The Breeders

Embora seja como baixista do Pixies que Kim Deal tenha alcançado seus maiores sucessos é através do The Breeders que ela de fato mostrou à que veio. Cannonball, música retirada do álbum Last Splash de 1993 mostra toda a força de Deal, assumindo a liderança da composição marcada por uma série de excelentes guitarras e um leve clima de descontração. Sem dúvidas um dos grandes exemplares do rock alternativo nos anos 90.

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#09. Five On The Five – The Raconteurs

Quando Jack White se juntou a metade dos integrantes do The Greenhornes para dar vida ao The Raconteurs não haviam dúvidas de que o encontro acabaria resultando em mais uma variedade de belos apanhados do rock contemporâneo. Five On The Five, canção retirada do segundo álbum da banda (Consolers Of The Lonely, 2008) mostra todo o poderio do quarteto, não poupando seus instrumentos em nenhum momento da faixa.

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#10. Broken Bones – Iceage

Todas as tendências que marcaram o rock britânico entre o final dos anos 70 e início da década de 80, além de algumas boas doses do noise rock norte-americano parecem se encontrar dentro de Broken Bones, curta, porém eficiente composição do Iceage. Com pouco mais de dois minutos, a música parece tomar fôlego em seu início e só soltar o ar novamente em seus segundos finais. Uma verdadeira pancada instrumental.

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#11. Helpless – Sugar

Dentre todas as bandas que se lançaram na década de 90, talvez a mais “injustiçada” seja mesmo a Sugar. Dona de um dos trabalhos mais importantes e pesados da época, Copper Blue (1992), a banda raramente surge como um dos grandes nomes que pintaram pela década. E é do poderoso disco que vem Helpless, uma das melhores faixas do álbum e dona de uma sucessão de belos e sujos acordes.

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#12. Common Reactor – Silversun Pickups

Inspirados por boa parte dos grupos do rock alternativo dos anos 90 – sendo o The Smashing Pumpkins o principal deles -, o quarteto californiano do Silversun Pickups transformou seu primeiro disco de estúdio (Carnavas, 2007) em uma verdadeira revisão dos sons que tanto os inspiraram. Faixa de fechamento do álbum, Common Reactor concentra todos seus esforços em um mar de distorções e em uma bateria espancada até o último segundo.

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#01. Seja Mais Certo – Walverdes

Uma seleção que apresente o melhor do rock nacional não teria sua validade se não contasse com pelo menos uma música dos gaúchos do Walverdes. E é exatamente por conta disso que Seja Mais Certo abre de forma honrada nossa coletânea, despejando uma série de pancadarias sonoras em que Gustavo “Mini” Bittencourt, Marcos Rubenich e Patrick Magalhães elevam seus instrumentos ao máximo.

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#02. The Legend – Black Drawing Chalks

Depois de ser espancado pelo Walverdes que tal levar mais uma surra? Dessa vez são os goianos do Black Drawing Chalks que despejam toda sua fúria em cima de um stoner rock carregado de referências aos sons dos anos 70, além de uma leve toque de dançante. Parte do álbum Life Is A Big Holiday For Us (2009), The Legend mostra uma banda que não dá folga aos seus ouvintes, mantendo os tímpanos pulsando até o fim da música.

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#03. Não Fosse o Bom Humor – Superguidis

Unindo a jovialidade encontrada em seu primeiro disco, com guitarras tão pesadas quanto as utilizadas em A Amarga Sinfonia do Superstar, o quarteto gaúcho Superguidis fez de seu terceiro álbum um dos mais pesados e ainda assim acessíveis discos do nosso rock. Segunda faixa do álbum, Não Fosse o Bom Humor representa de maneira marcante tudo aquilo que os gaúchos desenvolveram ao longo do trabalho.

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#04. Belinasty – Droogies

Além do teor político da música – relatando o desvio de verbas por conta do antigo prefeito de Londrina, Paraná Antonio Belinati – o quarteto paranaense Droogies não poupou esforços na hora de conduzir as guitarras do single Belinasty. Enérgica, dançante e com um pé bem cravado no Stoner Rock do Queens Of The Stone Age, a canção soa como uma grande e estrondosa explosão de exatos 4:35 minutos de duração.

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#05. Transporpirações – Lê Almeida

Honrando com maestria todo o panteão de bandas lo-fi dos anos 90, o carioca Lê Almeida faz de Transporpirações uma faixa que se divide entre a sujeira, a psicodelia e o caseiro. Canção de abertura de seu primeiro trabalho de estúdio, Mono Maçã (2011), a música nos presenteia com boas guitarras e alguns versos levemente tocados pelo pop.

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#06. Rocket Fuzz – Loomer

Você já imaginou alguém capaz de tocar motosserras? Pois é exatamente isso que os gaúchos do Loomer fazem em Rocket Fuzz ou mesmo em todas suas outras canções. Inspirados pelas guitar bands da década de 1990 – Dinosaur Jr e Sonic Youth principalmente -, o quarteto não tem limites quando o objetivo é produzir um som sujo e tomado por distorções. A canção faz parte do último EP da banda Coward Soul (2010).

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#07. Atalho Clichê – Terminal Guadalupe

Boas guitarras e versos maduros é isso que você encontra ao se deparar com o trabalho da extinta Terminal Guadalupe. Em seus poucos anos de atuação a banda foi capaz por apresentar alguns dos maiores exemplares do rock alternativo dos anos 2000, tendo Atalho Clichê como um belo exemplo de suas produções. Além da letra existencialista, a faixa chega marcada por uma chuva de boas guitarras, sempre soando alto e de maneira melódica.

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#08. Home – Top Surprise

Vindos da mesma escola de Lê Almeida, os mineiros do Top Surprise não precisam de captações límpidas para traduzirem de forma mais do que eficiente suas composições. Retirada do primeiro EP da banda, Home parece ter viajado no tempo através de uma fita cassete mofada, o que transforma a canção em um apanhado de sons ruidosos conduzidos por um vocal abafado e guitarras repletas de fuzz.

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#09. O Morno – Nevilton

Se o trio paranaense ainda deixava dúvidas sobre suas composições, ao lançar seu último EP, Pressuposto (2010), todo tipo de questionamento foi sumariamente esquecido. O Morno, melhor composição do pequeno registro passeia tanto pelo rock nacional dos anos 80 quanto pelo Pavement do disco Slanted and Enchanted. Como se não bastassem as excelentes guitarras, a música traz ainda os melhores versos já elaborados pela banda.

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#10. Little Crazy – Love Bazukas

De um lado todos os integrantes do Black Drawing Chalks. Do outro lado Chuck Hipolitho (ex-Forgoten Boys). Do encontro dessas cinco entidades do rock brasileiro nasceu o Love Bazukas, projeto que tem como sua diretriz principal explodir os tímpanos dos ouvintes. É partindo desse pressuposto que a banda movimenta a faixa Little Crazy, um amontoado de rifes estrondosos e sons nada suaves.

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#11. Ode aos Ratos – Nuda

Na época em que Chico Buarque lançou Ode Aos Ratos (através do disco Carioca de 2006), não foram poucos os que rotularam a faixa como “densa” e “pesada” dentro da discografia de Chico. Entretanto, ninguém imaginava no que se transformaria a canção anos mais tarde. Nas mãos dos recifenses do Nuda a faixa realmente se materializa em algo denso, pesado, sujo e ainda assim grandioso. Perfeita.

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#12. Campeão Mundial de Bater Carteiras – Violins

Retirado da obra-prima do Violins, Tribunal Surdo de 2007, Campeão Mundial de Bater Carteiras mostra o grupo goiano no ápice de suas composições. Os versos peculiares de Beto Cupertino ganham um acompanhamento exato de guitarras, ligando a banda diretamente aos sons proclamados no rock alternativo dos anos 90.

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Para baixar as mixtapes basta clicar na capa dos discos

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.