Miojo Indie Mixtape “Birthday” Edition

/ Por: Cleber Facchi 19/11/2011

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É tempo de festa no Miojo Indie. Prestes a completar um ano de vida, nosso humilde blog prepara para as próximas semanas uma série de postagens especiais, incluindo nossa lista com os 50 melhores discos nacionais e internacionais de 2011. Enquanto nosso aniversário não chega – a data exata é dia 23 de novembro – o jeito é nos prepararmos com a nossa nova mixtape: Birthday Edition. Para celebrar um ano de publicações ininterruptas selecionamos uma faixa de cada um dos 12 meses do período, uma dúzia de composições que marcaram as páginas do blog e que merecem ser relembradas com destaque.

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#01. The Suburbs – Arcade Fire

Quando as primeiras postagens começaram a circular de verdade aqui pelas páginas do Miojo Indie, Arcade Fire e seu memorável The Suburbs ecoavam por todos os cantos do planeta. E não é por menos, incrivelmente melódico e apresentando a banda canadense em contornos renovados, o disco acabou garantindo ainda mais destaque ao trabalho da banda, que no ano seguinte seria agraciada com o Grammy de álbum do ano pelo suntuoso registro. Entre pianos crescentes e guitarras em nível épico a homônima composição explica em poucos segundos os motivos do grupo comandado por Win Butler ser um dos mais importantes atualmente.

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#02. Round And Round – Ariel Pink’s Haunted Graffiti

Eleito como disco do ano aqui pelo Miojo Indie, Before Today serviu para apresentar ao mundo o trabalho excêntrico do projeto Ariel Pink’s Haunted Graffiti. Comandado pelo peculiar Ariel Marcus Rosenberg, o álbum conseguiu intercalar doses de Lo-Fi, uma psicodelia pop sombria, além de uma fina camada de New Wave que acabou transformando o registro em um dos projetos mais interessantes daquele ano. Melhor e mais acessível composição do trabalho Round and Round transparece toda a originalidade e a beleza que escorre ao longo de todo o disco.

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#03. Wilhelms Scream – James Blake

Primeiro grande álbum de 2011 a surgir pelas nossas páginas, o homônimo debut do britânico James Blake abriu o ano com uma carga sintomática de melancolia, algo que o jovem produtor fez de questão de manter durante todo o restante do período. Quebrando os paradigmas do dubstep, Blake fez de seu primeiro álbum uma porta para um universo de sons obscuros, batidas assíncronas e vocais que exaltam fortemente a soul music. Mesclando referências sintéticas com toques de uma naturalidade orgânica Wilhelms Scream, primeiro single do disco é a canção que melhor traduz os experimentos minimalistas do artista.

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#04. Sadness Is a Blessing – Lykke Li

Depois de encantar seu público com o adorável Youth Novels de 2008, a sueca Lykke Li resolveu presentear seus seguidores com uma maré de sons melancólicos e versos que exaltam claramente a figura solitária da cantora. Denominado Wounded Rhymes, o segundo registro da musicista – que conta com produção de Björn Yttlinga do Peter Bjorn and John – segue esbanjando uma sucessão de faixas memoráveis, canções como a sofrida e dramática Sadness Is a Blessing, de longe a melhor composição de toda a obra.

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#05. Belong – The Pains Of Being Pure At Heart

Faixa de abertura do segundo álbum da banda nova-iorquina The Pains Of Being Pure At Heart e canção que dá nome ao registro, Belong mostra toda a fluidez do grupo norte-americano que não economiza em nenhum momento na hora de arremessar seus riffs sujos e guitarradas tomadas pela distorção. Desenvolvida de forma crescente, a canção transparece toda a herança da banda em relação aos trabalhos de grupos como My Bloody Valentine e The Jesus and Mary Chain, muito embora grande parte do que garanta destaque ao registro venha de um fundinho pop pegajoso.

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#06. Bogotá – Criolo

Poucas vezes um álbum de rap nacional conseguiu obter tanto destaque e tamanha aceitação quanto a acumulada pelo segundo registro em estúdio do paulistano Criolo, Nó na Orelha. Fugindo das estruturas básicas do estilo, o trabalho foi lentamente acumulando uma soma enorme de seguidores, posicionando em pouco tempo o rapper como um dos mais interessantes e importantes do país. Entre passagens pelo samba, reggae e até boleros, Criolo faz da abertura do disco com Bogotá um exemplo fundamental sobre do que se trata seu trabalho.

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#07. Fucked Up – The Other Shoe

Unindo uma instrumentação extremamente melódica com versos tomados pela agressividade, os canadenses do Fucked Up conseguiram transformar seu terceiro álbum de estúdio – David Comes To Life – em um dos registros mais memoráveis de 2011. Quarta composição do disco, The Other Shoe exprime com perfeição em que se baseia o presente trabalho da banda, que entre os vocais berrados de Damian Abraham, solos de guitarras caóticos e um coro de vocais femininos, ainda assim conseguem falar de amor como poucos grupos em atuação.

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#08. Tempo De Pipa – Cícero

Lançado sem grandes alardes ou quaisquer expectativas, aos poucos Canções de Apartamento, primeiro álbum solo do carioca Cícero foi se transformando em um dos trabalhos mais comentados do ano. Delimitado em contornos simplistas e fazendo jus ao caráter caseiro de seu título, o trabalho vai aos poucos delineando um conjunto de 10 delicadas canções, faixas que se reforçam em cima de amores vindos de um passado recente e pequenos toques de solidão. Faixa de abertura do disco, Tempo de Pipa nos preparar para a sequência de sofridas e amáveis canções que encontraremos ao longo de todo o álbum.

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#09. How Deep Is Your Love? – The Rapture

Forte candidata a música do ano, How Deep Is Your Love? marcou a volta do grupo nova-iorquino ao cenário musical. Perdida em algum clube de dança dos anos 90 e ainda assim capaz de dialogar com a cena disco da década de 1970, a canção vai crescendo de forma imoderada, costurando solos de saxofones, palmas, gritos de aleluia e uma letra profundamente detalhista e romântica. O The Rapture estava de volta e esta canção é apenas um mero aviso disso.

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#10. Vomit – Girls

Quando o Girls apresentou seu primeiro registro em estúdio no longínquo ano de 2009 as experiências românticas de Chirstopher Owns, cantor e principal compositor do projeto, já eram mais do que visíveis. Todas essas sensações tomadas pelos sentimentos melancólicos do músico são agora reforçadas em seu novo álbum ao lado do parceiro Chet “JR” White, Father, Son, Holy Ghost. Primeira single do registro, Vomit é um verdadeiro arrasa quarteirões para os indivíduos de coração partido, motivo mais do que suficiente para transportá-la diretamente para essa mixtape.

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#11. Midnight City – M83

Uma chuva de sintetizadores e vocais em nível épico, estes foram os elementos necessários para que Anthony Gonzalez, líder do M83, desse vida a uma das composições mais intensas de 2011, Midnight City. Como se não bastasse, o músico conseguiu repetir toda a fórmula no restante do registro que acompanha a canção – Hurry Up, We’re Dreaming -, apresentando ao público um álbum duplo que segue de maneira competente até o findar de seus últimos acordes.

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#12. Com a Ponta Dos Dedos – Wado

Com uma discografia sempre marcada pela mutabilidade de seus aspectos, em seu novo álbum o músico Wado não poderia fazer diferente. Cruzando elementos do samba com doses imoderadas de efeitos eletrônicos vindos de uma bateria Roland TR-808, o catarinense naturalizado alagoano conseguiu produzir um trabalho que não apenas é capaz de agradar o seleto público que há anos o acompanha como tem fortes chances de dialogar com novos espectadores, aproximando o artistas de um som muito mais comercial.

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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.