Miojo Indie Mixtape “Ethereal” Edition

/ Por: Cleber Facchi 01/06/2012

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Depois de brincar com as substâncias ilícitas em nossa última mixtape, chega a hora de simplesmente fechar os olhos e viajar com a Miojo Indie Mixtape Ethereal Edition. Seguindo a mesma proposta da coletânea anterior, selecionamos apenas composições lançadas nos últimos meses, faixas vindas das mais diversas frentes sonoras e que trazem como principal característica a busca por um som etéreo. Entre experimentos, flertes com o pop, shoegaze e a mais pura suavidade, criamos uma seleção de músicas consumidas pela leveza e o toque onírico. Basta dar o play e se deixar conduzir pelas canções.

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#01. Beach House – Wild

Faixa mais “animadinha” do quarto e mais recente álbum da dupla norte-americana Beach House, Wild possibilita pela primeira vez que as guitarras tomem formas distintas e melhor definidas dentro do projeto comandado pelo casal Victoria Legrand e Alex Scally. Com uma sonoridade crescente, a canção parece um convite para um passeio mágico e consumido pelas sensações, algo que a faixa traduz nos versos melódicos e na sobreposição constante de formas sonoras.

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#02. Julia Holter – Marienbad

Canção de abertura do álbum Ekstasis, segundo e mais novo disco de Julia Holter, a faixa sintetiza todos os elementos que compõem o trabalho da artista. Com vocais que se amarram de forma apaixonante – no melhor estilo Julianna Barwick -, a canção cresce ao seu próprio tempo, abandonando em alguns momentos a experimentação para mergulhar em reverberações mais comerciais, mas sempre etéreas.

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#03. Bear In Heaven – The Reflection of You

Construída em cima de uma soma marcante de sintetizadores, The Reflection of You é uma das mais acessíveis composições do trio nova-iorquino Bear In Heaven lançadas até hoje. Mesmo um pouco mais fácil, a canção não impede que a banda mergulhe em experimentos aprimorados, um conjunto variado de manifestações sonoras típicas das que compuseram o primeiro álbum do grupo em 2009. Levemente dançante, a faixa é uma 10 canções que preenchem o recente I Love You, It’s Cool.

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#04. Chromatics – Back from the Grave

Sempre inclinados à construção de um som climático e recheado por pequenos detalhes, a banda Chromatics fez do recente Kill For Loveum dos mais belos e delicados registros do ano. Com músicas que brincam com os sintetizadores e com o clima típico da década de 1980, o grupo fez nascer canções como a mística Back from the Grave, um suave e intimista passeio pelas desilusões amorosas da protagonista.

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#05. Lotus Plaza – Strangers

Com a chegada de Spooky Action At A Distance, o Lotus Plaza – projeto particular do guitarrista do Deerhunter Lockett Pundt – deu um salto incrível em relação ao disco passado. Completando o álbum com guitarras que se derretem em distorções, o músico vai de encontro ao que grandes como My Bloody Valentine ou que o próprio parceiro Bradford Cox conquistaram com seus trabalhos. Logo, Strangers é apenas uma mínima parte dessa grandiosa obra.

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#06. Frankie Rose – Daylight Sky

Dividida entre o etéreo, o pop e o experimental, Frankie Rose fez do recente álbum, Interstellar, um dos registros mais encantadores e bem explorados do ano. Sintetizadores mágicos, guitarras sujinhas e vocais consumidos pelo eco estão por todas as partes do disco, que entre outras grandes composições faz nascer Daylight Sky, um pop dançante e agridoce que encanta logo na primeira audição.

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#07. Animal Collective – Honeycomb

Depois de quase três anos de espera, os nova-iorquinos do Animal Collective começam finalmente a dar sinais do que encontraremos no sucessor do magnífico Merriweather Post Pavilion (2009). Menos eletrônica que as anteriores criações da banda, Honeycomb arrasta a banda para os primeiros registros, incorporando uma sonoridade mais orgânica, vozes sobrepostas e toda uma sequência de sons que brincam com o pop, a psicodelia e o indie de forma sempre particular e meticulosa.

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#08. How To Dress Well – Ocean Floor For Everything

Se existe algo que Tom Krell, sabe fazer é nos emocionar. Depois de lançar o maravilhoso Love Remains em 2010 e a sequência com o EP Just Once no ano passado, o norte-americano parte para a construção do segundo registro oficial, Total Loss. Enquanto o registro não chega, já é possível estabelecer algumas boas expectativas, principalmente por conta da sonoridade mezzo angelical, mezzo R&B de Ocean Floor For Everything, mais novo e delicado lançamento do músico.

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#09. Grimes – Nightmusic (feat. Majical Clouds)

Claire Boucher não pertence ao mesmo mundo que o nosso e cada nova composição lançada por ela apenas confirma essa teoria. Entretanto, a cantora “canadense” fez ou outra consegue encontrar alguns estranhos colaboradores, como no interior da faixa Nightmusic, onde o conterrâneo Majical Cloudz aparece para auxiliar a cantora na construção desse universo mágico e rico em texturas experimentais. A canção faz parte do recente trabalho da norte-americana, Visions.

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#10. Fight Bite – Belle

Tudo que se relaciona ao trabalho da banda texana Fight Bite ecoa misticismo, composições enevoadas e sonorizações sempre etéreas e flutuantes. Com Belle, uma das canções que preenchem o primeiro disco da dupla composta por Leanne Macomber e Geoffrey Louis. A música parece mergulhar diretamente nas primeiras criações do Beach House, complementando a faixa com uma dose extra de teclados e reverberações ainda mais densas.

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#11. Balam Acab – Ass Pop

Parece não haver limites ao trabalho do jovem Alec Koone. Dono de um dos mais belos e experimentais álbum do ano passado, o produtor que atende sob o nome de Balam Acab continua investindo em novas e ainda mais complexas criações. É o caso do single Ass Pop, em que o norte-americano brinca com hip-hop, ambient music e eletrônica em um único amontoado sonoro.

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#12. Laurel Halo – Light + Space

A tristeza parece ser o principal combustível para as canções propostas por Laurel Halo. Longe das experimentações e constantes recortes instrumentais, a musicista usa dos versos confessionais como a principal ferramenta para conduzir o espectador por entre um plano surpreendente de criações dolorosos, algo que a faixa Light + Space traduz em quase cinco minutos de pura entrega da artista. Além de fechar nossa mixtape, a música foi a escolhida para encerrar o mais novo lançamento de Halo, o disco Quarantine.

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Baixe nossa última Mixtape: 4:20 Edition

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.