Miojo Indie Mixtape “Halloween” Edition

/ Por: Cleber Facchi 19/10/2011

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É tempo de escuridão, neblina por todos os lados, uivos, lendas e assombrações.  É tempo de Halloween . Para animar a popular festa – que a cada ano conta com mais adeptos no Brasil – nada melhor do que preparar uma seleção com 13 composições carregadas por uma sonoridade sombria, sintetizadores climáticos e versos soturnos que vão aos poucos nos preparando para o famigerado dia das bruxas. Preparem suas fantasias, enfeitem suas abóboras, preparem seus fones de ouvido, pois é hora de doces ou travessuras.

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#01. The Wolf – Fever Ray

Montada especialmente para a trilha sonora do filme A Garota da Capa Vermelha, The Wolf traz a sempre eficiente Karin Dreijer Andersson (uma das metades do The Knife) mostrando todo seu potencial através do elogiado projeto Fever Ray. Unindo sintetizadores carregados de efeitos e um clima essencialmente sombrio, a sueca desenvolver a faixa de abertura perfeita para esta seleção.

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#02. Heresy – Nine Inch Nails

Vinda diretamente do clássico The Downward Spiral, de 1994, Heresy é a contribuição do extinto projeto Nine Inch Nails para nossa sombria mixtape. Menos carregada pela predisposição aos sons da música Industrial, a faixa deixa Trent Reznor se locomover livremente, promovendo um tipo de som menos denso, porém muito mais climático e obscuro.

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#03. Guillotine – Death Grips

A esquizofrenia do Death Grips não poderia ficar de fora dessa seleção, logo, o single Guillotine surge como a composição perfeita para intensificar ainda mais o clima da mixtape. Repleta de sujeira  – tanto instrumental quanto lírica – a faixa surge praticamente para esmagar o ouvinte, despejando uma sequência de beats cacofônicos que seguem de maneira desordenadamente ordenada.

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#04. Such A Sad Puppy Dog – WU LYF

Um grupo que se autodenomina como World Unite Lucifer Youth Foundation não poderia ficar de fora de uma seleção de faixas carregadas de elementos sombrios e temáticas obscuras. Com Such A Sad Puppy Dog o quarteto inglês traz um misto de melancolia, uma bateria redundante e versos repetidos à exaustão. A música faz parte de Go Tell Fire to the Mountain, trabalho de estreia da banda.

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#05. The Great Pan Is Dead – Cold Cave

Lançado há alguns meses, Cherish The Light Years é o nome do segundo e mais novo álbum do projeto nova-iorquino Cold Cave. É justamente do sombrio registro que surge The Great Pan Is Dead, música carregada de sintetizadores e uma sonoridade que reverbera a boa fase do pós-punk britânico. Seguindo em ritmo sempre acelerado, a faixa deixa transparecer os marcantes vocais de Wesley Eisold.

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#06. Post Physical – Pictureplane

Unindo eletrônica, witch-house um pouco de anos 90 e Lo-Fi, o produtor norte-americano Travis Egedy conseguiu desenvolver um dos projetos mais intensos do ano, o estranho Thee Physical, segundo disco à frente do Pictureplane. Desse mesmo emaranhado de tendências surge Post Physical, uma das melhores faixas do disco e que por conta de sua tonalidade atmosférica se encaixa com perfeição dentro desta mixtape.

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#07. Broken Bone – Iceage

Tudo muito parado, sombrio e climático demais você? Então que tal uma boa saraivada de guitarras, vocais acelerados, além de uma bateria seca feita para espancar os ouvidos? Pois é isso que você terá com Broken Bone, uma das grandes composições que fazem parte de New Brigade, primeiro álbum de estúdio da banda dinamarquesa Iceage e uma das grandes estréias do ano.

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#08. Dry Ice – Pure X

Voltando para o lado mais sossegado da coletânea, é hora de tomar uma boa baforada de gelo seco na sua cara com Dry Ice, um dos grandes achados musicais de 2011. Vinda do primeiro registro em estúdio da banda texana Pure X, a faixa nos carrega através de uma maré de sons chapados, guitarras esvoaçadas e uma forte ligação com os grupos de shoegaze que explodiram ao longo dos anos 80.

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#09. Ego Death – A Place To Bury Strangers

Não se deixe enganar pela abertura sofisticada e calminha de Ego Death, quem conhece o trabalho do trio nova-iorquino A Place To Bury Strangers sabe bem que cedo ou tarde as guitarras carregadas de efeito irão aparecer. Conduzida por uma estranha força obscura, a ruidosa composição surge carregada por intensas guitarras e um clima soturno, combinando com a temática da mixtape de forma mais do que acertada.

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#10. Cemeteries – Avey Tare

Atmosférica e carregada por pequenos efeitos sinestésicos, Cemeteries consegue causar um frio na espinha quando nos deixamos conduzir por sua sonoridade ruidosa e repleta de elementos puramente ambientais. Saída diretamente de Down There, primeiro trabalho solo de Avey Tare (um dos membros do Animal Collective), a faixa vai lentamente cercando o ouvinte, nos transportando para um ambiente úmido e sombrio.

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#11. Apart – Balam Acaab

Ainda dentro da temática ambiental da mixtape, Apart nos mantém dentro do universo sombrio do outrora, com um eficiente Balam Acaab intercalando vocais remodelados, batidas assíncronas e uma fina camada de sons minimalistas carregados de excentricidade. Unindo medo e melancolia, a canção parece aos poucos sufocar o ouvinte que se vê perdido dentro do universo da faixa.

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#12. The Laughter – The Mary Onettes

Repleta de sintetizadores fúnebres e uma aura noturna, The Laughter, clássico da banda sueca The Mary Onettes transmite um aspecto de despedida, anunciando o fechamento da coletânea. Lançada originalmente em 2007 através do primeiro registro do quarteto de Jönköping, a faixa une desde pequenas doses de um Dream Pop soturno, até visíveis elementos de um pós-punk que exalta a obra do Joy Division.

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#13. Vow – Julianna Barwick

Construída inteiramente através de múltiplos recortes de voz e uma leve carga de teclados/pianos minimalistas, a canção nos puxa para um ambiente etéreo com Julianna Barwick surgindo como uma espécie de guia, nos puxando cada vez mais para dentro desse ambiente à meia luz e repleto de estranhas sensações.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.