Miojo Indie Mixtape “Rock” Edition

/ Por: Cleber Facchi 13/07/2012

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Depois de passear suavemente pelo mundo dos sonhos em nossa última e adorável mixtape – Ethereal Edition -, chegou a hora de voltarmos com tudo para o chão em nossa coletânea especial para o dia mundial do rock. Diferente da última edição da Miojo Indie Mixtape “Rock” Edition, agora selecionamos apenas composições recentes e faixas lançadas nos últimos meses, deixando alguns clássicos do rock apenas para a seleção passada. Do garage rock do Japandroids, passando pela jovialidade do Cloud Nothings ao Sludge Metal do Baroness, o que não faltam são variações aos amantes do novo e velho rock. Mixtape altamente recomendada para aquele tiozão que insiste em dizer que o bom e velho rock’n’roll “já morreu”.

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#01. King Tuff – Alone & Stoned

O tom descompromissado e o bom humor marcam todo o primeiro disco da banda norte-americana King Tuff. Com guitarras que passeiam pelo garage rock e a cena alternativa que explodiu ao longo dos anos 90, o álbum trouxe uma sucessão de faixas viciantes e que prendem o ouvinte logo na primeira audição. Exemplo mais intenso da boa forma do registro está em Alone & Stoned, música que agrupa guitarras dançantes com uma soma de vozes brandas e versos fáceis que logo encantam o espectador. Sem dúvidas não há nada mais indicado para abrir nossa coletânea.

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#02. Single Parents – Stop Waiting (For Me Now)

O rock alternativo fala mais alto no interior do primeiro disco da Single Parents. Banda paulistana fundada em meados da década passada, o trio alcança no decorrer do primeiro álbum – Unrest – uma sonoridade invejável e que em nada fica devendo quando comparada a outros lançamentos internacionais. Composição que melhor sintetiza todos os acertos do grupo no decorrer do disco, Stop Waiting (For Me Now) traz guitarras temperadas pela crueza e vozes que se agrupam de forma a prender mesmo os mais exigentes ouvidos.

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#03. Japandroids – The House That Heaven Built

Do título aos primeiros acordes, cada instante de Celebration Rock funciona como uma imensa homenagem ao rock em suas formas mais convencionais. Segundo e mais novo álbum da dupla canadense Japandroids, o registro concentra uma série de faixas rápidas, todas marcadas por vocais intensos e guitarras que explodem a todo o instante. Entre as principais músicas que caracterizam o registro The House That Heaven Built é a que mais aposta no uso de versos melódicos e uma instrumentação ascendente, elementos que contribuem para o crescimento da faixa e do próprio registro como um todo.

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#04. Cloud Nothings – Stay Useless

Poucos artistas cresceram tanto em tão pouco tempo quanto o jovem Dylan Baldi. Responsável pelo projeto Cloud Nothings, o músico deu um salto incrível no decorrer do segundo e mais novo disco de sua carreira, o ótimo Attack On Memory. Lançado no começo do ano, o álbum trouxe uma sequência de boas e sempre enérgicas faixas, canções como a acelerada Stay Useless, que bem define toda a urgência que caracteriza o registro, de longe, um dos melhores trabalhos de 2012.

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#05. Yuck – Chew

O primeiro álbum do Yuck trouxe uma proposta bem definida: visitar diversos acertos e características que definiram o rock dos anos 90. Por todos os lados do álbum o que se vê é uma singela homenagem a nomes como Pavement, My Bloody Valentine e Dinosaur Jr, referências que ainda hoje definem e influenciam as composições da banda. Maior prova disso está no último lançamento do grupo, Chew música que traz em poucos minutos todos os mesmos elementos que tanto definiram o trabalho da banda no ano passado.

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#06. Jack White – I’m Shakin’

Um dos grandes acertos de Jack White ao lançar o primeiro disco solo há alguns meses está em reviver uma série de temáticas e preferências que alimentaram os primeiros álbuns à frente do The White Stripes. Exemplo mais forte disso está na crueza de I’m Shakin’, música que traz todo o peso e a vivacidade das guitarras de White, que flutua tanto pelo blues como pelo rock de garagem. Com um riff pegajoso e versos que colam nos ouvidos, a canção é de longe um dos melhores exemplares do bem sucedido Blunderbuss.

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#07. St. Vincent – Krokodil

Annie Erin Clark (St. Vincent) não é um dos maiores nomes do indie rock à toa. Empunhando guitarras sempre firmes e marcadas pela distorção, a norte-americana lançou no último ano o excelente Strange Mercy, um dos projetos mais completos e surpreendentes da recente fase do rock alternativo. Espécie de continuação exata do que fora testado ao longo do disco, o single Krokodil traz a mesma intensidade que tanto definiu a atuação da cantora e compositora, algo que os acordes sujos definem logo nos instantes iniciais da canção.

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#08. The Men – Animal

Há quem insista em dizer que o “bom e velho rock’n’roll já morreu”. Quem assume essa posição provavelmente não deve ter ouvido Open Your Heart, segundo e mais novo álbum da banda nova-iorquina The Men. Fino exemplo do punk rock da presente safra, o registro concentra uma soma generosa de guitarras sujas e batidas que praticamente sufocam o espectador, proposta que acaba por definir todas as canções do álbum. Sempre intenso, o disco contribui para que faixas como Animal possam crescer de forma ruidosa ao longo do trabalho, revelando todo o acerto da banda.

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#09. Eternal Summers – Wonder

Se pouco foi aproveitado do primeiro álbum da dupla Eternal Summers (lançado há dois anos), então com o recente Correct Behavior temos um efeito inverso. Cada mínima fração do registro deixa visível a evolução do casal Nicole Yun e Daniel Cundiff, dupla que mais uma vez nos arrasta para o garage rock praiano que tanto define a atuação da banda. Se a faixa Millions é o carro chefe e música de preparação para quem experimenta pela primeira vez o trabalho, então Wonder é a faixa que de fato mostra a que veio o disco, com o casal acertando tanto na instrumentação como nos versos.

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#10. Sleigh Bells – Born To Die

O rock parece fluir de maneira não convencional nas mãos da dupla nova-iorquina Sleigh Bells. Enquanto uma bateria eletrônica pesadíssima arma o terreno para que a voz doce de Alexis Krauss possa se anunciar, Derek E. Miller destila toda sua agressividade através de acordes densos e sujos de guitarra. Com elementos que vão do Metal ao Noise, o trabalho esquizofrênico da dupla faz nascer faixas como a explosiva Born To Lose, canção que resume toda a atuação do casal no recente disco Reign Of Terror.

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#11. The Walkmen – Heartbreaker

Heaven é um trabalho que se esquiva o tempo todo de músicas mais agressivas ou que remetam aos iniciais e acelerados lançamentos do The Walkmen. Mesmo que a necessidade de promover um som mais brando seja a principal marca do presente registro, não são poucos os momentos em que as guitarras falam mais alto, percepção que se estende durante toda a execução de Heartbreaker, um dos momentos mais “sujos” do novo álbum do quinteto.

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#12. Lotus Plaza – Monoliths

De maneira geral Spooky Action At A Distance, novo álbum do Lotus Plaza, se divide em dois grupos de composições bem específicas. Enquanto algumas canções realçam uma sonoridade mais etérea e voltada ao shoegaze psicodélico, a outra metade valoriza o uso de composições menos leves e naturalmente mais “hostis”. Parte desse segundo grupo de músicas, Monoliths realça com propriedade as guitarras distorcidas de Lockett Pundt, figura que utiliza do recente álbum para tornar pública sua evolução tanto como instrumentista como compositor.

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#13. Baroness – March To The Sea

Facilmente uma das melhores músicas já lançadas em 2012, March To The Sea transparece toda a evolução do grupo Baroness. Composição mais comercial e melódica do recente álbum do quarteto, o duplo Yellow & Green, a canção mistura o peso do Sludge Metal com doses de uma calmaria Folk que inevitavelmente surpreende. Com uma letra amargurada, a canção conduz o ouvinte por um universo de guitarras densas e versos tomados pela melancolia, tendência que bem define as recentes invenções da banda.

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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.