Miojo Indie Mixtape “Summer” Edition III

/ Por: Cleber Facchi 15/01/2013

Miojo Indie Mixtape

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Mais tradicional de todas as nossas mixtapes, a Summer Edition chega a terceira edição brincando com as emanações do verão. São 13 faixas que passeiam pela Chillwave, Psicodelia, Eletrônica, Pop, Hip-Hop e uma boa dose de preguiça. Uma mixtape para você ouvir de frente para o mar, de preferência no fim de tarde ou no começo da manhã. Para a seleção das faixas passeamos pelo que há de mais recente no mundo da música, além de algumas composições lançados no último ano, mas que se encaixam perfeitamente na proposta da coletânea. Ouça e relaxe. Dica: uma erva de qualidade amplia significativamente a qualidade da mixtape. Use com moderação.

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#01. Charli XCX – You (Ha Ha Ha)

Charli XCX

Circulando em uma versão demo desde o final do ano passado, You (Ha Ha Ha) da britânica Charli XCX finalmente chega ao público contando com maior qualidade. Utilizando de samples retirados de uma faixa homônima do primeiro álbum do conterrâneo Gold Panda, a canção é facilmente uma das mais pegajosas já feitas pela artista, que deve apresentar o primeiro disco oficial ainda em 2013. Dividida entre o pop e a experimentação, a canção parece feita para animar tanto qualquer festinha durante a noite quanto um passeia pela orla da praia no meio da tarde.

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#02. The Woods – Cali In a Cup

The Woods

Com ares de 1960, Cali In a Cup é facilmente uma das composições mais adoráveis já produzidas pelo grupo norte-americano The Woods. Leve, a canção se apega de maneira curiosa ao folk psicodélico que há décadas embala a produção estadunidense, sendo facilmente a canção mais indicada para começar o dia. Enquanto violões e guitarras se entrelaçam de maneira convidativa, os vocais (divididos entre Fleet Foxes e The Shins) abraçam o ouvinte em uma resposta descompromissada, mas de extrema delicadeza e encanto.

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#03. Toro Y Moi – Say That

Toro Y Moi

Terceiro registro em estúdio do norte-americano Toro Y Moi, Anything in Return é uma continuação assertiva do pop eletrônico e caseiro construído por Chaz Bundick. Com uma sonoridade ainda mais voltada às pistas, o registro expande os limites do trabalho assinado pelo músico, que desde 2009 segue em constante produção. Exemplo claro de toda essa transformação está no cativante hit Say That. Entregue de maneia desmedida à dança, a canção embarca na Chillwave, pesseia pela Disco Music até explodir em uma versão particular da house music dentro dos padrões experimentais de Bundick.

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#04. Ducktails – Letter Of Internet

Ducktails

Matt Mondanile e os parceiros do Real Estate já haviam surpreendido em 2011, quando Days posicionou o grupo de New Jersey no topo de uma série de listas dos melhores daquele ano. Agora o músico tem tudo para transformar o Ducktails, projeto paralelo dele, no responsável por um dos melhores discos de 2013. Sob o título de The Flower Lane, novo álbum traz no single de lançamento Letter of Intent uma das colaborações mais interessantes da música atual. Enquanto Mondanile entrega os vocais a Jessa Farkas do Future Shuttle, Daniel Lopatin, o gênio por trás do Oneohtrix Point Never assume os teclados de maneira brilhante.

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#05. Memory Tapes – Neighborhood Watch

Memory Tapes

Assumindo o posto de composição mais distinta já lançada por Memory Tapes até agora, Neighborhood Watch explora tanto a sonoridade vagarosa da Chillwave – marca do primeiro disco -, como a proposta instrumental que se dissolve em Player Piano (2011). Dentro desse jogo de encaixes sonoros, a canção transporta o ouvinte para um cenário mágico, de fortes apropriações psicodélicas e novas incorporações que reforçam a boa fase do produtor Dayve Hawk, líder do projeto. A canção faz parte do lisérgico Grace/Confusion, trabalho lançado em dezembro do ano passado e mais um ótimo exemplar do músico.

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#06. Mac Demarco – Freaking Out The Neighborhood

Mac Demarco

Ainda que se mantenha preso aos realces caseiros das composições, Mac DeMarco em nenhum momento se distancia de um aspecto atrativo e por vezes pop de sua obra. Exemplo mais nítido disso está em Freaking Out the Neighborhood, uma das melhores composições do artista canadense e faixa que em alguma medida soa como uma versão tropical do já ensolarado Real Estate. Destilando acordes confortáveis e solos de guitarra que remetem diretamente aos anos 1980, o músico mantém a mesma proposta dentro do álbum 2, registro que mantém a mesma tonalidade festiva e despretensiosa que o músico constrói há bastante tempo.

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#07. Laurel Halo – Sunlight on the Faded

Laurel Halo

De todas as estreias de 2012, Laurel Halo é sem dificuldades a responsável por um dos trabalhos que mais impressionam. De posse do climático Quarantine, a cantora e compositora transformou as próprias emoções em um instrumento curioso e inexplicavelmente amplo. Agora distante do clima intimista do álbum ou pelo menos sabendo como aproveitar a instrumentação eletrônica, Halo entrega ao público a intensa Sunlight on the Faded. Mais distinta obra da artista até o presente instante, o novo single expande o que já era marcante em Light + Space, preparando terreno para o que pode caracterizar a obra da musicista em breve.

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#08. The Mary Onettes – Evil Coast

The Mary Onettes

Com previsão de lançamento para março de 2013, Hit the Waves, do The Mary Onettes deve se afastar da melancolia incontrolável testada nos dois anteriores discos da banda, arrastando o pós-punk do grupo para uma sonoridade mais “ensolarada”, resultado bem identificado no decorrer de Evil Coast, primeiro single do novo álbum. Lembrando uma versão mais leve das canções do Radio Dept., a faixa arrasta o ouvinte para uma sonoridade descompromissada, quase litorânea, e um novo caminho para o segmento obscuro que o grupo vinha testando há mais de uma década.

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#09. STRFKR – Say To You

STRFKR

Gosta de Passion Pit e MGMT? Então você precisa conhecer o trabalho da banda Starfucker – ou STRFKR como eles resolveram se apresentar a partir de agora. Com músicas carregadas de sintetizadores, guitarras suaves e vozes sempre eletrônicas, a banda anuncia para 19 de fevereiro a chegada de Miracle Mile, disco que chega para substituir o excelente Reptilians, de 2011. Sem fugir da proposta anteriormente definida, a banda se reveza em uma sequência de reverberações climáticas no single Say To You, faixa que parece acolher o espectador sem qualquer dificuldade.

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#10. Kendrick Lamar – Bitch Don’t Kill My Vibe

Kendrick Lamar

Mais distinta e comercial composição que circula pelo clássico imediato Good Kid, M.A.A.D City, Bitch Don’t Kill My Vibe aparece como um verdadeiro hino para quem aproveita de toda a leseira e a calmaria sonolenta do verão. Nada dos versos descritivos de Lamar ou os recortes obscuros do cotidiano norte-americano, aqui a proposta é completamente outra. Com batidas que não se exaltam e versos que caminham dentro da mesma proposta instrumental, a canção fisga sem esforços, amarrando o espectador no refrão pegajoso que flutua no decorrer da faixa.

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#11. A$ap Rocky – PMW (All I Really Need) feat. Schoolboy Q

A$ap Rocky

A$ap Rocky só precisa de três coisas para se manter feliz: Pussy, Money, Weed ou em bom português, xoxota, dinheiro e maconha. Com uma proposta tão lesada e pegajosa, a canção que recheia o primeiro registro oficial do rapper não poderia ficar de fora de nossa nova mixtape. Com uma sonoridade simples e versos que se perdem em redundância, a canção exalta toda a proposta de libertação e descompromisso que caracteriza a carreira de A$ap, artista que traz nas confissões sujas da canção um retrato do rap nova-iorquino. Para melhorar ainda mais a canção, Schoolboy Q aparece como um “complemento” para a faixa.

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#11. Nautic – Fresh Eyes

Nautic

Depois de uma década de repetições e artistas pouco inventivos – com exceção da música eletrônica, claro -, a cena inglesa começa a dar vida a projetos de fato novos e inventivos. É o caso do trio londrino Nautic, banda que passeia pela sutiliza do álbum Kaputt (do Destroyer), mergulha no R&B minimalista do The XX, até apresentar a delicadeza empoeirada de Fresh Eyes, primeiro single da tríade. Lembrando Rhye e até Jessie Ware (nos momentos menos épicos), a faixa apresenta algumas pistas sobre o que o trio pode aprimorar no decorrer de 2013. Sedutora, a canção abre muito bem a carreira da banda, que apresenta um verdadeiro composto romântico, perfeito para um amor de verão.

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#12. Christopher Owens – Part Of Me (Lysandre’s Epilogue)

Christopher Owens

Com um tempero amargo de despedida, Part Of Me (Lysandre’s Epilogue) mostra toda a transformação e o caráter intimista assumido por Christopher Owens passado o encerramento das atividades do Girls. Delicada, a canção embarca em uma sucessão de versos dolorosos e confessionais, tudo isso enquanto uma gaita de boca flutua suave ao fundo da composição. Ora relacionada ao clima praiano das antigas composições de Owens, ora esbanjando novidade, a canção encanta pela simplicidade e a maneira honesta como tudo é encaixado de maneira convidativa no interior da faixa.

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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.