O Baile Jamaicano da Dr. Skrotone e a Máfia do Ska

/ Por: Cleber Facchi 09/05/2011

Por: Cleber Facchi

Em cada nova apresentação torna-se mais latente a excelência com que a Dr. Skrotone e a Máfia do Ska administra seus shows, transportando o público, conhecedor ou não de suas músicas para dentro de um estado quase hipnótico de diversão, dança e celebração. Embora sejam parcos os conhecedores do trabalho da banda ponta-grossensse, mesmo em sua cidade sede, ainda mais raros são os que acompanham o trabalho do noneto para além de terras princesinas. Um infeliz erro, afinal, dentro do catálogo de canções da banda, que se divide entre versões, covers e composições próprias, torna-se impossível escapar da dinâmica instrumental proporcionada pelo grupo, que monta uma verdadeira trama de elementos, passeando por um bem apurado naipe de sopros, duas guitarras e um baixo mais do que eficientes, uma bateria e um teclado expressivos, e claro, um bem apurado vocal.

Em suas apresentações, que tradicionalmente duram pouco mais de uma hora – mais do que isso nenhum corpo aguentaria – o grupo formado por Juninho (vocal), Rafael (Guitarra), Felipe (Guitarra), Gabriel (baixo), Larissa (teclado), Danilo (bateria), Elson (Sax), Diego (Trompete) e Thiago (Trombone) abre seu leque de instrumentos para reviver velhos clássicos do Ska, do Reggae e do Punk, através de uma musicalidade surpreendentemente cativante e que mobiliza o corpo todo em um único sentido: o de dançar. A apresentação na noite de sábado (07 de maio) no Malagueta Snack Bar não ficou atrás disso, transformando a pequena pista em uma massa única de pessoas que tentavam a todo custo improvisar passos dentro do mínimo espaço que lhes foi concedido.

Poucas vezes o título de uma festa coube tão bem dentro das sensações e do resultado alcançado em seu desenvolvimento. O rotulado “Baile Jamaicano” transformou-se exatamente naquilo que pregava sua nomenclatura, unindo casais, dançarinos solitários ou pequenos blocos de pessoas em um verdadeiro “bailão”, onde a temática proporcionada pelos ritmos jamaicanos era o grande mote para que se movessem todas as engrenagens, corpóreas, sentimentais e alcóolicas da noite. Enquanto a banda – que iniciou em 2008 se apresentando nos bares de Ponta Grossa, interior do Paraná – mandava para cima do fiel público uma saraivada instrumental, os fiéis espectadores se deixavam guiar pela mesma chuva de acordes, cantando em conjunto ao vocalista, ou no mínimo improvisando versos e inventando palavras quando desconheciam a completude dos trechos musicados.

Antes, porém, da big band brilhar categórica durante a madrugada foi a habilidade da dupla André Mod e Willian Ornelas, que juntos dão vida ao Skadrophenia Soundsystem, os grandes responsáveis por elaborar o clima convidativo e aos poucos preparar a pista. Munidos apenas de uma vitrola antiga, um microfone e seu case de discos, o duo, que desde 2010 mantém um blog e se apresenta em festas do gênero soube como temperar a noite com boas doses de Rocksteady, Reggae, Ska, Soul, R&B e principalmente bom humor, esporadicamente invadindo os microfones e convidando quem estava de fora para adentrar a festa. Em meio a pequenos inconvenientes técnicos na questão do som e indivíduos descontrolados que se espalhavam demais pela pista, o Baile Jamaicano deu mais do que certo, faltando somente o esforço do próprio corpo em resistir a mais de quatro horas de danças descompassadas e passos empolgados.

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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.