Os Melhores de 2012

/ Por: cleberfacchi 21/12/2012

Fernando Galassi

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Pelas próximas semanas nossa lista de melhores do ano – nacionais e Internacionais – deve tomar formas. Enquanto isso é hora de apresentar os eleitos por nossos colaboradores, blogs parceiros, amigos e membros do Miojo Indie como os registros que mais chamaram a atenção durante o ano. Assim como fizemos em 2011, cada um dos convidados tem direito de escolher um álbum (ou mais álbuns), explicando os motivos que transformaram tal registro num dos melhores discos de 2012 – independente da aceitação ou não nos textos do blog. Segundo convidado do dia – e último da nossa série de Melhores de 2012 -, Fernando Galassi do site MonkeyBuzz detalha todos os motivos que fizeram o álbum escolhido por ele um dos melhores do ano.

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Channel Orange

FrankOcean
Channel ORANGE (Def Jam)

Um acumulo de tendências, acasos e um tanto de talento fizeram com que Frank Ocean se tornasse um dos maiores destaques do ano de 2012. As várias vertentes da música negra vêm em uma crescente há um bom tempo, o pulo do gato foi o caminho inverso a ser desbravado, partindo das grandes massas e atualmente chegando a nichos mais específicos, alcançando o interesse do público que prefere consumir artistas da cena alternativa e que buscam por um diferencial em sua sonoridade. Os destaques ligados ao Rap e Hip-Hop em 2011 variaram amplamente – de Odd Future a Criolo – abrindo espaço para a vertente R&B neste ano. Ainda citando sobre o tal grande coletivo de rappers encabeçado por Tyler The Creator, surpreendentemente foi dali que Ocean surgiu, se destacando por traços melódicos em meio a versos expostos agressivamente numa maioria. O próprio utilizou do meio para se firmar em sua própria carreira solo, iniciada através da inicial mixtape Nostalgia, Ultra em 2011.

A revelação a respeito de sua homossexualidade no primeiro semestre foi o ponto auge para que toda a mídia e curiosos voltassem seus olhares para ele, sendo um dos poucos músicos do próprio nicho a assumir-se abertamente através de uma carta pública, que em alguns dias veio a ser seguida da trilha sonora para seu drama em potencial sob a alcunha de Channel ORANGE. A curiosidade a respeito do que havia sido enraizado em letras através das canções inéditas fez com que muita gente fosse inicialmente buscar no material autoral do rapaz mais respostas paras suas perguntas. No entanto, Frank acabou surpreendendo pela qualidade e versatilidade de seu som, que passeia livremente entre camadas da música eletrônica, o Pop sintetizado e a base vocal no Rythm and Blues, proporcionando hits em tons sensuais e dramáticos dosados em diferentes ocasiões ao decorrer de seu material. Sorte, acaso, esforço ou a soma de tudo isso é relativo: O fato é que Frank Ocean abre uma fenda importante em sua jornada ao iniciar-se com um material conciso que sai na anos-luz na frente de muitos artistas que tentam chegar ao seu patamar, mas sempre encerram com o troféu de consolação.

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Fernando Galassi (22)
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São Paulo – SP