Longe do protagonismo branco, tem sido um período bastante produtivo para quem busca por novas identidades culturais e formas de se fazer música. Somente no último ano, nomes como a descendente de indígenas Black Belt Eagle Scout, a camaronesa Vagabon e a cantora e compositora britânica Nilüfer Yanya fizeram de seus trabalhos a passagem para um novo universo criativo. Mesmo o recente Heaven to a Tortured Mind (2020), de Yves Tumor, utiliza de elementos do rock, R&B e música pop de forma deliciosamente particular, como uma fuga de outros articuladores.

A mesma riqueza de detalhes e criativo catálogo de ideias se reflete com naturalidade no recém-lançado Garden of Lucid (2020). Mais recente álbum da cantora e compositora Ambar Lucid, o sucessor de Dreaming Lucid (2019), apresentado há poucos meses, encontra em elementos da cultura latina, principalmente mexicana e dominicana, a base para grande parte das canções entregues pela artista. São canções marcadas pelo evidente refinamento melódico, versos bilíngues e profunda entrega da musicista em faixas como Questioning My Mind, Story to Tell e Shades of Blue. Ouça:

Ambar Lucid – Garden of Lucid