Um dos nomes mais interessantes da produção eletrônica nacional, Rico Jorge está de volta com um novo registro de inéditas. Intitulado Desgraça Pouca (2020), o trabalho que conta com lançamento pelo SEReVER, mostra a completa transformação do artista. Onde antes brotavam experimentações urbanas, marca do introdutório Mitos Poréns (2018), hoje surgem faixas regidas pelo diálogo com a música brasileira, uso da voz e quebras conceituais que orientam a experiência do ouvinte em cada uma das três composições que abastecem o EP, Individualístico, Motim e Tomada Quente.

“A célebre felicidade em não acatar, mas estar disposto a se entregar pras mínimas belezas, movimentadas diante o olhar, belezas que furam e despercebem a realidade material. Pois de tantas desgraças de que se tem feito os dias, há um movimento possível de entrega pra insuficiência do que podemos ser“, escreveu no texto de apresentação do trabalho que nasce como uma interpretação turbulenta do atual cenário global. São pouco mais de 13 minutos em que o produtor mineiro parece jogar com as possibilidades, fazendo de cada composição um objeto precioso. Ouça:

Rico Jorge – Desgraça Pouca