Planeta Terra Festival 2011: Toro Y Moi

/ Por: Cleber Facchi 05/10/2011

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Com o dia cinco de novembro se aproximando e com ele a chegada da nova edição do Planeta Terra Festival, nada melhor do que começar o aquecimento para aquele que é um dos maiores festivais de música do país. Depois de ter todos os ingressos vendidos em apenas 14 horas (um recorde para o evento), em sua nova edição o festival que será realizado mais uma vez no Paycenter em São Paulo deve seguir a mesma fórmula dos outros anos, oferecendo uma boa programação musical e uma organização impecável. Se você vai ao festival, mas ainda não conhece todas as bandas que irão se apresentar, não fique preocupado, afinal, durante os próximos dias vamos apresentar diariamente uma das atrações que tocarão no evento. Hoje: Toro Y Moi

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Parte importante da primeira leva de produtores que deram vida ao emaranhado de sons chapados e sujos da Chillwave, Chazwick Bundick através de seu projeto, Toro Y Moi, foi responsáveis por introduzir grande parte do público ao hipnótico jogo de texturas, vozes esvoaçadas e ruídos alinhados que explodiram por todo território norte-americano ao longo dos últimos dois anos. Unindo doses de um pop retrô com uma sonoridade que parece vinda de algum estúdio caseiro, o jovem de 24 anos já arrancou elogios de grande parte da imprensa especializada, figurando com destaque nas listas de melhores lançamentos musicais desde que suas primeiras e sujas composições foram lançadas.

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Causers Of This (2010, Carpark Records)

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Totalmente etéreo e construído em cima de incontáveis colagens de sons, vozes e gravações caseiras diversas, Causers Of This rapidamente separou Bundick de um reduto grupo de seguidores para posicioná-lo como um das grandes apostas musicais de 2009. Quem apostou nele, obviamente acertou. Dotado de 11 faixas que parecem simplesmente se derreter nos ouvidos do espectador, o disco segue uma ascendência hipnótica, arremessando para cima do ouvinte faixas como Minors, Talamak e Lissoms que parecem transportar o ouvinte para um universo de sensações sonolentas e completamente chapadas. Seguindo as mesmas experiências musicais já provadas pelo produtor em seus primeiros singles – alguns deles inclusive figuram dentro do disco -, o álbum não mantém em nenhum momento algo que possa ser compreendido de forma linear e convencional, já que mesmo os versos ou as próprias melodias surgem de maneira assíncrona e totalmente dispersos.

Underneath The Pine (2011, Carpark Records)

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Dono de uma sonoridade e um tipo de orientação completamente oposta daquela explorada por seu antecessor, Underneath The Pine apresenta um Toro Y Moi menos esvoaçado, muito mais conciso e excentricamente próximo de um resultado pop e comercial. Enquanto Causers Of This se revela como um trabalho que flutua em uma nuvem de ritmos sonolentos e carregados de suavidade, seu substituto reforça o uso de batidas mais firmes, versos que mesmo ocultos sob densas camadas de ruídos agora soam incrivelmente fáceis e cantaroláveis, com Bundick transformando as 11 músicas do álbum em algo despojado e de fácil assimilação. De faixas como Still Sound, que entregam um baixo funkeado e cativante, passando pela radiofônica How I Know ao ritmo dançante de New Beat, tudo dentro do álbum soa de forma divertida, mesmo que algumas canções como Light Black ainda reforcem um caráter nostálgico como o que percorre todo o primeiro disco.

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Freaking Out EP (2011, Carpark Records)

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Decidido a investir intensamente na música pop, embora ainda se revele visivelmente amarrado aos seus primeiros lançamentos, Chazwick Bundick conseguiu transformar o EP Freaking Out em um pequeno catálogo de composições estritamente comerciais e capazes de dialogar com todos os públicos. Unindo letras fáceis, batidas carregadas de suingue e despojo, além de um jogo de teclados acalentados e bem desenvolvidos o produtor faz com que os quase 20 minutos do curto trabalho passem de maneira rápida e divertida. Entre músicas incrivelmente dançantes como All Alone ou mesmo a faixa que dá nome ao trabalho, o produtor conseguiu ainda transformar a nostálgica Saturday Love – clássico na voz de Alexander O’neal e Cherelle – em uma canção totalmente renovada, condensando boas doses de sintetizadores açucarados com seus vocais carregados de efeitos.

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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.